terça-feira, 7 de setembro de 2010

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sempre ela


"A Origem", de Christopher Nolan. Filme-cabeção, onde um sonho invade outro sonho que conecta-se com outro sonho e assim por diante. Uma confusão danada, recheada de belos e impressionantes efeitos especiais. E tem a boa atuação de Leonardo di Capprio e a beleza de Marion Cotillard. Achei um pouco longo demais, mas gostei do filme. Nolan, que já havia surpreendido com o último 'Batman' (aquele, que deveria se chamar 'Coringa' pelo espetacular desempenho de Heath Ledger), acertou a mão mais uma vez. E nos psicologismos que permeiam 'A Origem', o que fica, acima de tudo, antes de mais nada e no final de tudo? A culpa. Aiaiai...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Filha de peixe... peixão é!


A bela aí de cima atende pelo sugestivo nome de Anoushka. É filha de Ravi Shankar e também sitarista. Fera. Toca pra cecete! Já sabia dela, mas nunca havia ouvido sua música. Com muito atraso, assisti dia desses ao dvd 'Concert for George', que registra o show em homenagem ao ex-beatle, acontecido um ano após sua morte, em 2002 no Royal Albert Hall de Londres. Foi um bonito espetáculo, com momentos realmente muito bons de Eric Clapton, de Tom Petty, de Jeff Lynne e de Paul McCartney.


Mas a abertura ficou a cargo da música indiana, tão amada por George. Anoushka estraçalha na sítara e depois ainda rege uma orquestra que junta músicos e instrumentos tradicionais da música indiana a um conjunto de câmara de violinos, violas e violoncelos, em uma peça especialmente escrita para a ocasião por Ravi Shankar. É sensacional, belíssimo mesmo. Fica a dica!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Dez falsos motivos para não votar na Dilma


Estava pensando em fazer um post contra-atacando as razões que mais tenho ouvido sobre 'Por que não votar na Dilma'. Demorei, dancei. Jorge Furtado fez exatamente isso em seu ótimo blog - e provavelmente, muito melhor do que eu poderia fazer. Não me restando outra alternativa, reproduzo abaixo o post do Jorge:

Dez falsos motivos para não votar na Dilma
por Jorge Furtado em 25 de julho de 2010

Tenho alguns amigos que não pretendem votar na Dilma, um ou outro até diz que vai votar no Serra. Espero que sigam sendo meus amigos. Política, como ensina André Comte-Sponville, supõe conflitos: “A política nos reúne nos opondo: ela nos opõe sobre a melhor maneira de nos reunir”.

Leio diariamente o noticiário político e ainda não encontrei bons argumentos para votar no Serra, uma candidatura que cada vez mais assume seu caráter conservador. Serra representa o grupo político que governou o Brasil antes do Lula, com desempenho, sob qualquer critério, muito inferior ao do governo petista, a comparação chega a ser enfadonha, vai lá para o pé da página, quem quiser que leia. (1)

Ouvi alguns argumentos razoáveis para votar em Marina, como incluir a sustentabilidade na agenda do desenvolvimento. Marina foi ministra do Lula por sete anos e parece ser uma boa pessoa, uma batalhadora das causas ambientalistas. Tem, no entanto (na minha opinião) o inconveniente de fazer parte de uma igreja bastante rígida, o que me faz temer sobre a capacidade que teria um eventual governo comandado por ela de avançar em questões fundamentais como os direitos dos homossexuais, a descriminalização do aborto ou as pesquisas envolvendo as células tronco.

Ouço e leio alguns argumentos para não votar em Dilma, argumentos que me parecem inconsistentes, distorcidos, precários ou simplesmente falsos. Passo a analisar os dez mais freqüentes.

1. “Alternância no poder é bom”.

Falso. O sentido da democracia não é a alternância no poder e sim a escolha, pela maioria, da melhor proposta de governo, levando-se em conta o conhecimento que o eleitor tem dos candidatos e seus grupo políticos, o que dizem pretender fazer e, principalmente, o que fizeram quando exerceram o poder. Ninguém pode defender seriamente a idéia de que seria boa a alternância entre a recessão e o desenvolvimento, entre o desemprego e a geração de empregos, entre o arrocho salarial e o aumento do poder aquisitivo da população, entre a distribuição e a concentração da riqueza. Se a alternância no poder fosse um valor em si não precisaria haver eleição e muito menos deveria haver a possibilidade de reeleição.

2. “Não há mais diferença entre direita e esquerda”.

Falso. Esquerda e direita são posições relativas, não absolutas. A esquerda é, desde a sua origem, a posição política que tem por objetivo a diminuição das desigualdades sociais, a distribuição da riqueza, a inserção social dos desfavorecidos. As conquistas necessárias para se atingir estes objetivos mudam com o tempo. Hoje, ser de esquerda significa defender o fortalecimento do estado como garantidor do bem-estar social, regulador do mercado, promotor do desenvolvimento e da distribuição de riqueza, tudo isso numa sociedade democrática com plena liberdade de expressão e ampla defesa das minorias. O complexo (e confuso) sistema político brasileiro exige que os vários partidos se reúnam em coligações que lhes garantam maioria parlamentar, sem a qual o país se torna ingovernável. A candidatura de Dilma tem o apoio de políticos que jamais poderiam ser chamados de “esquerdistas”, como Sarney, Collor ou Renan Calheiros, lideranças regionais que se abrigam principalmente no PMDB, partido de espectro ideológico muito amplo. José Serra tem o apoio majoritário da direita e da extrema-direita reunida no DEM (2), da “direita” do PMDB, além do PTB, PPS e outros pequenos partidos de direita: Roberto Jefferson, Jorge Borhausen, ACM Netto, Orestes Quércia, Heráclito Fortes, Roberto Freire, Demóstenes Torres, Álvaro Dias, Arthur Virgílio, Agripino Maia, Joaquim Roriz, Marconi Pirilo, Ronaldo Caiado, Katia Abreu, André Pucinelli, são todos de direita e todos serristas, isso para não falar no folclórico Índio da Costa, vice de Serra. Comparado com Agripino Maia ou Jorge Borhausen, José Sarney é Che Guevara.

3. “Dilma não é simpática”.

Argumento precário e totalmente subjetivo. Precário porque a simpatia não é, ou não deveria ser, um atributo fundamental para o bom governante. Subjetivo, porque o quesito “simpatia” depende totalmente do gosto do freguês. Na minha opinião, por exemplo, é difícil encontrar alguém na vida pública que seja mais antipático que José Serra, embora ele talvez tenha sido um bom governante de seu estado. Sua arrogância com quem lhe faz críticas, seu destempero e prepotência com jornalistas, especialmente com as mulheres, chega a ser revoltante.

4. “Dilma não tem experiência”.

Argumento inconsistente. Dilma foi secretária de estado, foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, fez parte do conselho da Petrobras, gerenciou com eficiência os gigantescos investimentos do PAC, dos programas de habitação popular e eletrificação rural. Dilma tem muito mais experiência administrativa, por exemplo, do que tinha o Lula, que só tinha sido parlamentar, nunca tinha administrado um orçamento, e está fazendo um bom governo.

5. “Dilma foi terrorista”.

Argumento em parte falso, em parte distorcido. Falso, porque não há qualquer prova de que Dilma tenha tomado parte de ações “terroristas”. Distorcido, porque é fato que Dilma fez parte de grupos de resistência à ditadura militar, do que deve se orgulhar, e que este grupo praticou ações armadas, o que pode (ou não) ser condenável. José Serra também fez parte de um grupo de resistência à ditadura, a AP (Ação Popular), que também praticou ações armadas, das quais Serra não tomou parte. Muitos jovens que participaram de grupos de resistência à ditadura hoje participam da vida democrática como candidatos. Alguns, como Fernando Gabeira, participaram ativamente de seqüestros, assaltos a banco e ações armadas. A luta daqueles jovens, mesmo que por meios discutíveis, ajudou a restabelecer a democracia no país e deveria ser motivo de orgulho, não de vergonha.

6. “As coisas boas do governo petista começaram no governo tucano”.

Falso. Todo governo herda políticas e programas do governo anterior, políticas que pode manter, transformar, ampliar, reduzir ou encerrar. O governo FHC herdou do governo Itamar o real, o programa dos genéricos, o FAT, o programa de combate a AIDS. Teve o mérito de manter e aperfeiçoá-los, desenvolvê-los, ampliá-los. O governo Lula herdou do governo FHC, por exemplo, vários programas de assistência social. Teve o mérito de unificá-los e ampliá-los, criando o Bolsa Família. De qualquer maneira, os resultados do governo Lula são tão superiores aos do governo FHC que o debate “quem começou o quê” torna-se irrelevante.

7. “Serra vai moralizar a política”.

Argumento inconsistente. Nos oito anos de governo tucano-pefelista - no qual José Serra ocupou papel de destaque, sendo escolhido para suceder FHC - foram inúmeros os casos de corrupção, um deles no próprio Ministério da Saúde, comandado por Serra, o superfaturamento de ambulâncias investigado pela “Operação Sanguessuga”. Se considerarmos o volume de dinheiro público desviado para destinos nebulosos e paraísos fiscais nas privatizações e o auxílio luxuoso aos banqueiros falidos, o governo tucano talvez tenha sido o mais corrupto da história do país. Ao contrário do que aconteceu no governo Lula, a corrupção no governo FHC não foi investigada por nenhuma CPI, todas sepultadas pela maioria parlamentar da coligação PSDB-PFL. O procurador da república ficou conhecido com “engavetador da república”, tal a quantidade de investigações criminais que morreram em suas mãos. O esquema de financiamento eleitoral batizado de “mensalão” foi criado pelo presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, hoje réu em processo criminal. O governador José Roberto Arruda, do DEM, era o principal candidato ao posto de vice-presidente na chapa de Serra, até ser preso por corrupção no “mensalão do DEM”. Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão petista, hoje apóia José Serra. Todos estes fatos, incontestáveis, não indicam que um eventual governo Serra poderia ser mais eficiente no combate à corrupção do que seria um governo Dilma, ao contrário.

8. “O PT apóia as FARC”.

Argumento falso. É fato que, no passado, as FARC ensaiaram uma tentativa de institucionalização e buscaram aproximação com o PT, então na oposição, e também com o governo brasileiro, através de contatos com o líder do governo tucano, Arthur Virgílio. Estes contatos foram rompidos com a radicalização da guerrilha na Colômbia e nunca foram retomados, a não ser nos delírios da imprensa de extrema-direita. A relação entre o governo brasileiro e os governos estabelecidos de vários países deve estar acima de divergências ideológicas, num princípio básico da diplomacia, o da auto-determinação dos povos. Não há notícias, por exemplo, de capitalistas brasileiros que defendam o rompimento das relações com a China, um dos nossos maiores parceiros comerciais, por se tratar de uma ditadura. Ou alguém acha que a China é um país democrático?

9. “O PT censura a imprensa”.

Argumento falso. Em seus oito anos de governo o presidente Lula enfrentou a oposição feroz e constante dos principais veículos da antiga imprensa. Esta oposição foi explicitada pela presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) que declarou que seus filiados assumiram “a posição oposicionista (sic) deste país”. Não há registro de um único caso de censura à imprensa por parte do governo Lula. O que há, frequentemente, é a queixa dos órgãos de imprensa sobre tentativas da sociedade e do governo, a exemplo do que acontece em todos os países democráticos do mundo, de regulamentar a atividade da mídia.


10. “Os jornais, a televisão e as revistas falam muito mal da Dilma e muito bem do Serra”.

Isso é verdade. E mais um bom motivo para votar nela e não nele.

x


(1) Alguns dados comparativos dos governos FHC e Lula.

Geração de empregos:
FHC/Serra = 780 mil x Lula/Dilma = 12 milhões

Salário mínimo:
FHC/Serra = 64 dólares x Lula/Dilma = 290 dólares

Mobilidade social (brasileiros que deixaram a linha da pobreza):
FHC/Serra = 2 milhões x Lula/Dilma = 27 milhões

Risco Brasil:
FHC/Serra = 2.700 pontos x Lula/Dilma = 200 pontos

Dólar:
FHC/Serra = R$ 3,00 x Lula/Dilma = R$ 1,78

Reservas cambiais:
FHC/Serra = 185 bilhões de dólares negativos x Lula/Dilma = 239 bilhões de dólares positivos.

Relação crédito/PIB:
FHC/Serra = 14% x Lula/Dilma = 34%

Produção de automóveis:
FHC/Serra = queda de 20% x Lula/Dilma = aumento de 30%

Taxa de juros:
FHC/Serra = 27% x Lula/Dilma = 10,75%


(2) Elio Gaspari, na Folha de S.Paulo de 25.07.10:

José Serra começou sua campanha dizendo: "Não aceito o raciocínio do nós contra eles", e em apenas dois meses viu-se lançado pelo seu colega de chapa numa discussão em torno das ligações do PT com as Farc e o narcotráfico. Caso típico de rabo que abanou o cachorro. O destempero de Indio da Costa tem método. Se Tupã ajudar Serra a vencer a eleição, o DEM volta ao poder. Se prejudicar, ajudando Dilma Rousseff, o PSDB sairá da campanha com a identidade estilhaçada. Já o DEM, que entrou na disputa com o cocar do seu mensalão, sairá brandindo o tacape do conservadorismo feroz que renasceu em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Para sempre, Paulo Moura


Paulo Moura: grande saxofonista, clarinetista, arranjador e compositor brasileiro. Por mais de 60 anos, trafegou com igual maestria pelo erudito e pelo popular - foi solista da Orquestra Sinfônica Brasileira (com apenas 19 anos), foi integrante do seminal Bossa Rio de Sérgio Mendes, tocou no mítico concerto que lançou a Bossa Nova no Carnegie Hall de Nova York, gravou na década de setenta o espetacular 'Confusão Urbana, Suburbana e Rural', dividiu palcos e estúdios com Raphael Rabello, Clara Sverner, Yamandu Costa e tantos outros. Era respeitadíssimo tanto nas gafieiras da Lapa carioca quanto nos círculos mais exigentes do jazz internacional.

Há cerca de dez anos, tive a oportunidade de escrever o texto do livreto de um belíssimo CD de Paulo, gravado na Europa e pouquíssimo conhecido no Brasil. E uns dois anos atrás, colaborei com um amigo na produção de um show de Paulo Moura com Armandinho Macedo (do Trio Elétrico baiano) no Parque da Aclimação, em São Paulo. Designado para busca-lo no hotel, encontrei o mestre tocando lindas melodias na clarineta, sozinho em seu quarto. 'Vestia' apenas um chapéu de palha. Discursou lindamente, por longos minutos, sobre a obra e a importância de Pixinguinha. Paulo Moura, o excepcional músico, humilde como só os grandes sabem ser; e generoso ao extremo, como só aqueles de alma elevada conseguem. Foi a última vez que o vi.

Na Folha Ilustrada de hoje, capa e página 3 inteiras com a novata cantora pop/soul americana Janelle Monáe. Para Paulo Moura? Matéria de meia página no interior do caderno. Apesar do bem escrito texto do sempre bom Carlos Calado, a 'reportagem' da Folha não se preocupou em ouvir ninguém do meio musical/cultural a respeito da morte do grande artista. E tampouco fez uma cronologia de seus discos ou qualquer avaliação de sua trajetória. É por coisas como essa que jamais voltarei a trabalhar na chamada 'grande imprensa'...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Zecazuza - rock'n roll na veia!



Tem sido difícil atualizar o blog... Falta de tempo não é desculpa, já que nunca tive tempo e sempre consegui manter uma certa regularidade. Acho que a coisa dos blogs deu uma esfriada mesmo - por conta do Facebook, talvez, ou por um próprio desgaste do formato, não sei...

Mas ontem, ia escrever alguma coisa sobre os 20 anos da morte do Cazuza. E como tem acontecido nas últimas semanas, pensei um pouco, elaborei na mente o que escreveria mas acabei, mais uma vez, não fazendo nada. Hoje, abro o jornal e fico sabendo da morte do Ezequiel Neves. Numa louca coincidência, nosso querido Zeca foi embora na mesma data que o Cazuza!

Conheci ambos nessa fase da foto acima, quando trabalhei na Som Livre. Tempos de lançamento do LP 'Maior Abandonado', do Barão Vermelho - e logo depois, do solo 'Exagerado'; tempos de algumas noitadas e loucuras insanas e inconsequentes compartilhadas junto a essas duas grandes figuras. Escracho, finas ironias, irresponsabilidades, gargalhadas, noites intermináveis de esbórnia e muito rock'n roll. Acima do estilo musical, Zeca e Cazuza vivenciaram uma 'atitude' rock n'roll.

Antes do Barão, conheci Zeca como leitor de suas críticas musicais no Jornal da Tarde. Grande crítico, profundo conhecedor do universo pop/rock, ótimo texto. Foi meu mentor, meu ídolo - Ezequiel Neves, como se dizia na época, 'fez a minha cabeça', abriu a minha mente para a cultura pop e o rock dos Stones, de Neil Young, do Cream, do Traffic, e de tantos outros.

Vá em paz, mestre.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Pensamentos Livres - Copa


- O Brasil tem sim boas chances de se dar bem nessa Copa. E não só porque não existe nenhuma equipe que lhe seja claramente superior, mas principalmente porque o time apresenta evolução de uma partida pra outra e porque é uma das poucas - ao lado da Argentina - que possui 2 ou 3 jogadores que podem fazer a diferença por conta do talento individual. Ontem, por exemplo, Robinho não jogou praticamente nada, mas apareceu o talento definidor de Luis Fabiano. Este, em plena forma, é o melhor centroavante do mundo - superior a Drogba, a Rooney, a Eto'o ou a qualquer outro. E surgiram também lampejos do craque que o Kaká ainda é. Se ele fizer 2 ou 3 jogadas certas por jogo, já será o suficiente pro Brasil chegar longe nessa Copa.

- E o Dunga continua dando vexame atrás de vexame. Ontem, na coletiva de imprensa após o jogo, foi lamentável e ridícula, para dizer o mínimo, a destemperança, a grosseria do cara contra o comentarista Alex Escobar, da TV Globo. Vexame internacional, hoje comentado em diversos sites da mídia internacional. E temo que isso só tende a piorar: à medida que o time vai se acertando e vencendo, o tosco treinador deve ficar ainda mais cheio de si, mais vingativo e mais agressivo. Uma lástima, sem dúvida alguma.

- Vamos ver o que a Espanha (ridiculamente na posição numero 1 do ranking da Fifa) ainda vai fazer, mas não boto fé. Aliás, as grandes seleções européias vão muito mal: Itália teve um empate ridículo com a Nova Zelândia, a França 'agoniza em praça pública', a Inglaterra jogou um futebolzinho horroroso contra a Argélia, e mesmo a Holanda, em quem eu acreditava, fez só o suficiente pra vencer seus pobres adversários até agora - mais uma vez, não deve ir muito longe. Resta a Alemanha, que muitos babaquaras de plantão incensaram após a goleada da estréia (onde jogaram contra 'ninguém'), mas que também não me convence.

- E com a derrocada previsível de africanos e asiáticos, devem sobrar os latino-americanos como favoritos ao título. Brasil, Argentina, México, Uruguai e Chile. Nessa ordem. O Chile é tecnicamente melhor que o Uruguai, mas não parece ter equilíbrio emocional e 'camisa' pra ir muito longe, além de confiar no cai-cai bundamole do Valdivia, que seria bom se jogasse metade do que pensa que joga; O Uruguai tem uma raça impressionante, tem em Lugano um autêntico líder, emocional e cuja competência costuma crescer em jogos decisivos, conta com um bom atacante, Diego Forlan, mas tem um meio de campo pouco criativo; o México está surpreendendo e creio possuir boas chances de fazer a melhor Copa de sua história. E existe uma boa possibilidade da final ser entre Brasil x Argentina. Seria espetacular em todos os sentidos. Uma partida com altíssima carga de adrenalina, turbinada por quase inacreditável rivalidade. E uma final como essa teria, sim, todas as condições de transformar a Copa da África do Sul em uma das mais marcantes de todos os tempos. Incrível, não?

terça-feira, 8 de junho de 2010

Pensamentos Livres Pré-Copa

- Ok, não vou discutir a qualidade do Kaká como jogador. Desde a sua estréia no São Paulo, quando fez os 2 gols do time na virada da decisão do torneio Rio/SP, contra o Botafogo no Maracanã, sempre demonstrou ser um daqueles raros futebolistas bem acima da média. Mas cada vez me irrita mais a sua postura de bom moço, sua devoção cega à famigerada Renascer, essa mal disfarçada lavagem de dinheiro em favor do bispo (???!!!) Estevam e da bisca Sonia, e ainda por cima, a mulherzinha bunitinha pastorinha do kakazinho maridinho ideal. Que todos eles peguem um barquinho com uma bandeirinha do brasil e o dunguinha de capitão e vão todos para a putaquiospariu!!

- Outra: tá certo, o tal do Mugabe do Zimbabue é um ditador féladaputa e tudo o mais, mas qual é o governante - no Brasil ou fora daqui - que não faz uso político do esporte? E todo esse discurso dos Trajanos da vida, contra a ida da Seleção ao país do ditador, perde o sentido quando a gente vê a alegria do povo pela presença dos 'reis da bola'. Por que privar aquele povo já tão sofrido, de uma alegria dessas? Vamos puni-los ainda mais? Já não basta terem que se submeter ao tirano?

- Por outro lado, concordo com as críticas em relação ao amistoso de ontem, na Tanzânia. Tirar o time do frio e dos 1700m de Johannesburgo, pra viajar 6hs de avião (ida e volta) e jogar no calor tropical de Dar Es Salaam (sempre adorei esse nome!!) é mesmo um absurdo. Alguém tinha que cobrar explicações do seu Teixeira, futuro presidente da FIFA (aiaiai...).

- Aliás, não vi o jogo de ontem, mas li os comentários de que Josué e Ramires foram muito melhores do que os titulares Gilberto Silva e Felipe Melo. Nenhuma surpresa. Já que o bundão do Dunga não levou Hernanes e Elias (minha dupla de volantes favorita pra Seleção), qualquer coisa é melhor do que os escolhidos pelo beligerante, rancoroso e azedo técnico da Seleção.

- Por toda a história de luta e sofrimento, pelo Mandela, pela cultura riquíssima, é lógico que gosto da África do Sul, mas simplesmente ME RECUSO a torcer por qualquer time dirigido pelo panaca do Parreira...

- E arrisco aqui meus favoritos: Brasil (sim, apesar de tudo, a gente sempre acredita...), Holanda (se o Robben conseguir jogar), Argentina (por causa do ótimo ataque e apesar do Maradona) e Inglaterra (por causa do Lampard, do Gerrard e do Rooney).

- Pra finalizar em alta, olha só essa foto do Pelé! Cacilda, que impulsão!!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Olha o Camarão aí, gente!!


Em Las Vegas, no meio da minha programação obrigatória de trabalho, lá estava: Palestra de James Cameron. Sim, o recordista de bilheteria, multimilionário cineasta, agora arranjou mais uma maneira de encher o cofrinho, participando de eventos corporativos para executivos babaovo (ou nem tanto) e satélites de (pseudo) celebridades. Falaria sobre o uso da tecnologia em seus filmes, o Cameron. E falou. E falou, E falou. Por uma hora sem parar.

Foi um discurso monocórdico e auto-elogioso, ressaltando a sua própria 'genialidade' como gerador de dólares, a sua capacidade de superar recordes atrás de recordes, etc. Até aí, tudo bem... não daria pra esperar muito além disso de um americano 'vitorioso' falando para uma platéia de pessoas que, em geral, valorizam exatamente isso: a competência e a qualidade humana medidas pela conta bancária. Mas eu, talvez na verdade o mais babaca daquele enorme auditório com 6 mil pessoas, esperava que Cameron mostrasse um pouco dos 'segredos' tecnológicos de 'Terminator', do 'Titanic' e do 'Avatar'. Mas não: nenhum 'making off', nem mesmo um trailer, nem uma mísera foto - nenhuma imagem!

E ainda por cima, em virtude da fila de perguntadores inscritos na parte final da palestra, não tive chance de fazer a pergunta que queria: "Seu Cameron, diz aí; vc esteve recentemente na Amazonia e disse, entre outras obviedades, que filmaria o 'Avatar 2' na selva brasileira. Gostaria de saber se isso é mesmo verdade ou se não seria apenas uma frase de efeito pra gerar um fato midiático local. E se é mesmo verdade, já que vc acabou de dizer que 95% do Avatar foram criados no computador, que diferença faria filmar esses 5% restantes na Amazônia ou nos jardins da sua mansão em Beverly Hills?"

sábado, 8 de maio de 2010

Assustador...

Nunca tinha ouvido falar dessas trigêmeas, as Ross Sisters. Daí uma amiga postou esse video aí embaixo no Facebook. Trouxe pra cá porque achei incrível. A filmagem é de 1944. Fosse hoje, com certeza diria que era armação de computador. Acho que fiquei com medo das moçoilas...

domingo, 2 de maio de 2010

Os Velhos Baianos



Com atraso, assisti nos últimos dias aos DVDs mais recentes de Gil e Caetano: 'Bandadois' e 'Cê', respectivamente. E gostei de ambos. Gil, depois da temporada 'no inferno burocrático' do Ministério da Cultura, e depois de enfrentar sérios problemas nas cordas vocais, retornou com estilo e elegância. Em formato acústico/minimalista, emoldurado por inspirada iluminação e um palco de concepção simples e eficiente, 'Bandadois' destaca a qualidade do violão de Gil (acompanhado na maior parte das músicas por seu filho Bem, de toque discreto e competente) e um repertório muito bem escolhido, com direito a inspiradas releituras de 'Esotérico', 'Andar com Fé', 'Refavela', 'Lamento Sertanejo' e 'Tempo Rei', além das menos conhecidas e igualmente superiores, 'A Linha e o Linho', 'Metáfora', 'Banda Um', 'La Renaissance Africaine' e 'A Raça Humana'. Há espaço ainda para algumas canções da (boa) nova safra do compositor, como 'Máquina de Ritmo', 'Quatro Coisas' e 'Pronto pra Preto', além da correta participação de Maria Rita na bonita recriação de 'Amor até o Fim'. Já o DVD de Caetano traz a gravação do show que se seguiu ao lançamento de 'Cê', onde o autor configura mais uma polêmica guinada em sua carreira - optando por um formato de rock 'sujo', ruidoso e urgente - proposta que foi aprofundada (e aperfeiçoada) no CD mais recente, 'Zii e Zie' . O DVD 'Cê' é muito bom - traz o cantor mais uma vez esbanjando competência em 'Não Me Arependo', 'Homem', 'Rocks' e 'Odeio', pra citar só algumas. E pelo menos um momento de suprema iluminação, na interpretação da pouco lembrada 'O Homem Velho', originalmente gravada no distante LP 'Velô'. E além de tudo, 'Cê' revela a excelência de um novo grande guitarrista: Pedro Sá.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O Pai, o Filho e o Espírito Santo


A Santíssima Trindade do futebol reuniu-se no Café Maravilhas, em Madri, para uma publicidade das bolsas Louis Vuitton. As fotografias foram feitas pela genial Annie Leibovitz. A campanha estrará nas revistas em junho, durante a Copa do Mundo da Africa do Sul. A Agência responsável demorou um ano para acertar cachês e datas com os astros. O que terá sido mais difícil, a grana ou a agenda? E qual deles terá cobrado mais mais?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Luzes, câmera... e inação


Luiz Felipe Pondé é (mais um) colunista da Folha que adora causar polêmica. Semana passada, mexeu em um vespeiro ao comentar que o cinema brasileiro é incapaz de fazer filmes como o argentino ‘O Segredo dos Seus Olhos’, que recentemente ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. Pondé argumentou que o cinema nacional limita-se à favela e à violencia, sendo ainda refém da ‘estética da fome’, de uma visão ‘idealizada’ da pobreza que foi consagrada pelo cinema novo e especialmente, por Gláuber Rocha. No decorrer de toda a semana, choveram cartas na redação do jornal, contra e a favor das posições defendidas pelo colunista.

Embora eu mesmo já tenha incluído o Gláuber em uma das ‘Galerias dos Chatos’ que postei aqui no blog, estou longe de concordar com o Pondé. Em primeiro lugar, não acho que o Gláuber tenha inaugurado uma ‘estética’ e nem mesmo que tenha o poder de influenciar o cinema brasileiro até hoje. Por outro lado, nossa produção (nossa não, ‘deles’, já que não sou cineasta) inclui também a recente ‘estética da TV’ – perpetrada pela Globo Filmes em sucessos como ’Se Eu Fosse Você’ (1 e 2), ‘Os Normais’, ‘A Grande Família’ e o recente ‘Chico Xavier’, entre tantos outros. Ontem, assisti na TV a mais um exemplar dessa categoría, o babaquara e rastaquera ‘Mulher Invisível’ - que entre uma bobagem e outra, desperdiça o enorme talento de Selton Mello. O cinema brasileiro mais ‘independente’ (se é que podemos assim chama-lo) também é capaz de produzir boas surpresas, como ‘O Cheiro do Ralo’ e os documentários do Eduardo Coutinho, por exemplo. E mesmo a Globo Filmes, de vez em quando parece distrair-se e deixar passar uma pérola pouco vista como ‘Tempos de Paz’, dirigido pelo mesmo Daniel Filho do ‘Chico Xavier’ – que não vi e nem pretendo. Em suma: Pondé força a mão, exagera certas coisas e omite outras. Tudo para criar uma polêmica. Isso é jornalismo?

quinta-feira, 18 de março de 2010

Paula & Rubem


Essa moça aí de cima é a escritora carioca Paula Parisot, personagem de uma história 'interessante', revelada hoje pela Folha de S.Paulo. Conta o jornal que foi ela o pivô da saída do consagrado Rubem Fonseca da Companhia das Letras, em maio passado, depois de 20 anos de editora. Desde então, o mundo editorial especulava sobre os motivos do rompimento. Segundo a Folha, a causa teria sido a insistência de Rubem para que a editora publicasse 'Gonzos & Parafusos', novo romance de Paula, declarada pupila e amiga do escritor.

Paula Parisot passou os últimos dias dentro de um cubo transparente na Livraria da Vila em Pinheiros (SP), numa performance para o lançamento de 'Gonzos', que finalmente saiu pela editora Leya - por indicação, é claro, de Rubem Fonseca.

E num surpreendente movimento, o escritor abandonou a sua famosa reclusão e a aversão a eventos públicos, e veio a São Paulo anteontem participar da performance da amiga. Diz a Folha: "... (Fonseca) ajudou a servir o café da manhã para a amiga, abaixou para beijar a mão dela por uma portinhola e, parecendo fascinado, sussurrou-lhe por trás do vidro palavras carinhosas: 'Precisa comer, viu?';'Tá tão magrinha'; Chora não, meu bem'". O livro de estréia de Paula Parisot, 'A Dama da Noite'(2007) chegou a finalista do Prêmio Jabuti. Mas, destaca a Folha, foi 'malhado numa resenha no jornal de literatura 'Rascunho', que o definiu como 'pastiche' de Fonseca, com 'marginalidade aos montes, uma visão idealizada do morro e sexo, muito sexo'".

Pode não ter nada a ver, pode ser só caretice ou mesmo pura maldade da Folha, mas que a história é estranha... é mesmo.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Leitor de jornais: uma espécie em extinção?


Começou há muito tempo, como obrigação auto-imposta.
Depois, virou prazer.
Por fim, um hábito arraigado.
Hoje, um pouco disso tudo.
Falo do costume de ler, na íntegra, ao menos um jornal, todos os dias.

Comentário rápido:
Parece algo banal, mas todos os dias me espanto com o número de pessoas que, constato, não lê jornal. Eventualmente, acompanham o noticiário rápido, falho e superficial da Internet, assistem à baboseira espetaculosa e diversionista do Jornal Nacional e se dão por satisfeitas. E estou falando de pessoas que encontro e encontrei no decorrer da minha vida profissional. Vivida, na sua maior parte, em empresas 'de comunicação'!

Bem... da minha parte, acompanho eventualmente no decorrer do dia as notícias online, mas não abro mão do velho e bom jornal ‘físico’ que chega todas as manhãs na porta de casa.

Desenvolvi uma técnica:

- Primeira página, leio-a toda.
- De todas as matérias, leio o primeiro parágrafo (no jargão jornalístico, lead) e o último.
- Completada essa fase, volto ao início das páginas para ler na íntegra as matérias que mais me interessaram. Dependendo do tempo disponível, faço isso de imediato ou no decorrer do dia.
- Última regra auto-imposta: procuro fazer isso no mesmo dia. Jornal do dia anterior é mesmo para embrulhar peixe (ou no meu caso, bosta de cachorro).

O interessante é notar que, dessas minhas leituras, acima do em geral deprimente noticiário do dia-a-dia, o que cada vez mais me chama especialmente a atenção são as noticias e frases inusitadas ou aparentemente menos importantes - já que em sua maior parte, são relegadas pelos editores a um desprestigioso pé de página.

Como por exemplo, a noticia abaixo:

“O InCor está selecionando homens entre 50 e 75 anos que bebam meia taça de vinho tinto de quatro a cinco vezes por semana e abstêmios, para uma pesquisa sobre os efeitos positivos da bebida no proceso de envelhecimento. A maior dificuldade dos médicos está sendo encontrar abstêmios”

segunda-feira, 8 de março de 2010

Bastarda decepção


Foi só neste sábado que finalmente assisti ao unanimemente elogiado ‘Bastardos Inglórios’, de Quentin Tarantino. Não conheço nenhuma pessoa que não tenha elogiado o filme. E nem me lembro de ter visto ou lido sequer uma crítica negativa. Mas… surpresa: NÃO GOSTEI DO FILME! É claro que não é um filme ruim, mas é muito longo, é arrastado e na minha opinião, não realiza plenamente aquela que sempre foi uma das maiores qualidades de Tarantino: o olhar irônico e corrosivamente crítico, a partir da banalização inteligente de uma violência exageradamente exposta que toma emprestada das histórias em quadrinhos, o delirio visual e a linguagem rápida, onomatopéica e vulgar, no bom sentido que esse termo pode ter. Pra resumir, achei ‘Bastardos Inglórios’ o trabalho mais fraco que vi do diretor; pra mim, fica atrás de ‘Cães de Aluguel’, de ‘Pulp Fiction’ e dos dois ‘Kill Bill’.

A interpretação de Brad Pitt é caricata ao extremo, não se completa. E o Hitler é ridículo, mais do que deveria ser (ou do que provavelmente foi na realidade). É claro que a intenção era essa mesmo, mas a caricatura buscada por Pitt e a ridicularização do ditador nazista não encontraram o tom certo e prejudicam o resultado como um todo, assim como a violência dos escalpos soa exagerada, gratuita, desagradável e de péssimo gosto, ao contrário do êxtase de sangue perpetrado pelo autor em filmes anteriores. Também não gostei da reviravolta final do principal personagem nazista do filme: me pareceu frustrante e desnecessária, um verdadeiro anti-climax. Salvam-se a excelente sequência inicial, a cena onde Brad Pitt e seus amigos tentam se passar por italianos e as atuações do austríaco Cristoph Waltz e da bela francesa Mèlanie Laurent, que aparece na foto ao lado. Mas pra mim foi pouco. Jamais imaginei que teria que fazer um esforço supremo pra não me levantar e ir embora antes do final da sessão de ‘Bastardos Inglórios’...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Uma cidade: Bogotá


Pouco lembrada e pouco visitada por brasileiros em geral, Bogotá é uma ótima surpresa. De clima quase sempre agradável, muito verde e predomínio de prédios baixos de tijolinhos vermelhos, a capital colombiana tem um belíssimo centro histórico, ótimos bares e restaurantes, excelentes museus, muito a se visitar em seus arredores, noite fervilhante e... 'las guapas chicas bogotanas'!
A gíria local mais usada? 'chévere' - sinônimo de 'cool', de qualquer coisa ou pessoa que seja bacana, interessante, legal.



Aqui, uma das belas peças do espetacular Museo del Oro:



E aí embaixo, uma das atrações da Casa Botero, museu exclusivamente dedicado à obra do mais famoso pintor colombiano:



Ótimo restaurante no alto da montanha, onde se chega de teleférico:



Resumindo: És todo muy chévere!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Musas de Qualquer Estação


Com mais de 50 milhões de discos vendidos, ela é a artista feminina de maior sucesso da história da música inglesa. Seu nome? Helen Folasade Adu, mais conhecida como Sade Adu. Filha de nigeriano com inglesa, Sade nasceu na cidade de Ibadan, na Nigéria, mas vive em Londres desde os quatro anos de idade, quando o casamento de seus pais acabou. Figura um tanto misteriosa e avessa a badalações e francamente oposta à absurda exposição das pseudo-celebridades de hoje, Sade é também dona de uma discografia extremamente enxuta para os seus mais de 25 anos de carreira. Aos 51 anos de idade, acaba de lançar ‘Soldier of Love’, que é apenas o seu sexto disco. Além da voz suave e profunda, e das composições elegantemente construídas e executadas, Sade é uma mulher linda, maravilhosa mesmo. Pouco se sabe de sua vida pessoal, além do fato de que foi casada uma vez – com o cineasta espanhol Carlos Pliego, de 1989 a 95 – e que tem uma filha (Ila Adu), nascida em 1996 de um relacionamento com um músico jamaicano, cujo nome a imprensa nunca conseguiu descobrir. Alcançou enorme sucesso já em seu primeiro disco (‘Diamond Life’, de 84), que trazia o megahit ‘Smooth Operator’. Depois, cada vez mais espaçados, vieram ‘Promise’ (1985), ‘Stronger than Pride’ (1988), ‘Love Deluxe’ (1992) e ‘Lovers Rock’ (2000). Antes do recentíssimo ‘Soldier of Love’, foi também lançado, em 2002, ‘Lovers Live’, gravado ao vivo. Suas músicas parecem, às vezes, repetitivas. Sade e seus músicos descobriram uma fórmula musical e insistem nessa fórmula. Para alguns, é acomodação e falta de criatividade; para outros, é uma marca, uma busca pelo aperfeiçoamento de um estilo. Você decide. Por algum motivo, não consegui colocar aqui o clip de 'Soldier of Love', mas recomendo a visita ao endereço http://www.youtube.com/watch?v=q4xb9TSIITY, onde é possível assisti-lo. É belíssimo!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Sobre macacos e homens


Deve ser algum distúrbio neurológico ou trauma de infância, mas a verdade é que adoro ler matérias sobre comportamento animal e psicologia de bichos. Na Folha de hoje, tem uma ótima sobre a índole dos macacos bonobos. Esses nossos primos distantes destacam-se entre os primatas por serem extremamente pacíficos e sociáveis, além de fazerem sexo em varias posições e não necessariamente com fins reprodutivos. Um recente estudo de uma bióloga americana tenta explicar o porquê disso. E a conclusão, em resumo, é que ‘os bonobos nunca se tornam adultos’. Cuma?? Vejamos…

No tal estudo, a cientista juntou 30 chimpanzés e 24 bonobos. Formou pares de animais da mesma espécie e deu pedaços de banana para um deles. Bonobos costumavam compartilhar a comida recebida, independentemente da idade, enquanto chimpanzés jovens dividiam a banana, mas adultos ignoravam essa possibilidade. A infância dos primatas tem, como característica, o gosto por brincadeiras e diversão. Mas conforme crescem, animais como os chimpanzés se tornam menos sociais, mais individualistas, mesquinhos e agressivos. Os bonobos, supõe a cientista, ‘talvez nunca cheguem à fase adulta’. Isso não significa, ela diz, que os bonobos sejam menos ‘evoluídos’ que os chimpanzés; trata-se de maneiras diferentes de se adaptar a situações diferentes. As espécies se separaram há cerca de 2 milhões de anos, passando a ocupar áreas distintas. Ancestrais dos bonobos ficaram fora de regiões exploradas por gorilas, onde acabava sobrando mais comida, ao contrário do territorio que acabou ‘sobrando’ para os chimpanzés.

Mas e daí? Bem, como chimpanzés e bonobos são primos próximos da espécie humana, as descobertas podem ajudar a entender as origens do comportamento das pessoas. A cientista diz que os bonobos são especialmente parecidos com humanos: pessoas também são sociáveis e gostam de sexo em varias posições. Mas humanos também podem ser muito agressivos e mesquinhos; e ficar só no papai-mamãe e no sexo para fins reprodutivos. Ou seja, não caminhamos nada, hehehe… e se você leu isso até aqui, provavelmente perdeu seu tempo. Ou não...

Que beleza...


Olha essa: o ex-presidente argentino Néstor Kirchner está sendo acusado de ter se beneficiado de informação privilegiada do governo de sua mulher, Cristina, para a compra de 2 milhões de dólares. Isso aconteceu em outubro de 2008, pouco antes do peso se desvalorizar em relação ao dólar. O dinheiro foi usado na compra de um hotel no sul do país, onde o casal Kirchner já possui um empreendimento de luxo. O ex-presidente afirmou que a operação foi totalmente legal, está indicada em sua declaração de renda, e que ‘não existiu benefício cambial, uma vez que o pagamento foi efetuado na mesma moeda adquirida (dólar)’. A noticia foi originalmente veiculada pelo Clarín, jornal que está no meio de uma verdadeira guerra com os Kirchner. Segundo o jornal, a informação veio do Banco Central, que até outro dia era dirigido por Martin Redrado, outro desafeto do casal. Redrado declarou inclusive que possui ‘uma lista dos amigos do poder que compraram dólares para se beneficiar da desvalorização’. É claro que não sei se a transação foi ilegal ou não, não sei se existe essa tal lista e não sei patavina de transações financeiras, informações privilegiadas ou varaições cambiais. Mas acima de tudo, não entendo como ninguém questiona, em primeiro lugar, de onde vem essa dinheirama dos Kirchner. E principalmente, como um povo supostamente tão politizado e tão bem informado como o argentino, continua a eleger aberrações como Menem e os Kirchner…

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Guitar Heroes (7)


Famoso por ter integrado o lendário Crosby, Stills, Nash & Young, o texano Stephen Stills merece reconhecimento como o grande guitarrista que quase sempre foi e continua sendo. Não por acaso, foi um dos melhores amigos de Jimi Hendrix, com quem participou de jam sessions até o final da vida do ícone dos guitarristas. Mas pra mim, Stills sempre se destacou por seu estilo original na guitarra, de pegada rock com sutilezas do country e da folk music, fraseados blueseiros, pitadas de 'latinidad' e afinações particulares. Formou o seminal Buffalo Springfield no final dos anos 60, mas começou a me chamar a atenção mesmo por seus sensacionais duelos com Neil Young nas longas faixas elétricas de '4 Way Street' (álbum duplo e ao vivo do CSN&Y, de 1970). No mesmo ano, gravaria seu primeiro disco solo, com participações de Hendrix e Clapton. Entre as idas e vindas do CSN&Y (consta que até hoje fazem uns showzinhos aqui e ali...), Stills participou de vários projetos paralelos. Gravou um ótimo disco de blues com Mike Bloomfield e Al Kooper ('Supersessions', 1968); em 72 e 73 lançou dois discos (o primeiro, excelente) liderando o supergrupo Manassas; depois, formou com Young a efêmera Stills-Young Band, e lançou uma cacetada de álbuns-solo, bem menos inspirados e, ao que parece, promovendo uma estranha disputa entre eles para a arte de capa de maior mau gosto. Mas sua voz, sua guitarra e seu violão de cordas de aço ainda reinam soberanos. Aí embaixo, um verdadeiro achado: Stephen Stills à frente do Manassas em rara aparição na TV alemã, início dos anos 70. Atenção para o sensacional solo de guitarra na parte final da música, com criativa utilização do pedal 'wah-wah'.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A bola da vez


Incrível: um ano no poder e o 'hômi' é chamado de comunista pela direita e de direitista pela esquerda...