
Desde a primiera vez que vi Rosalie Anderson ‘Andie" MacDowell em cena, fui capturado por sua sutil elegância, sua beleza incomum, seus cabelos, seu sorriso. Essa americana da cidadezinha de Gaffney, na Carolina do Sul, nasceu em 21 de abril de 1958, e é descendente de escoceses. Quando estudante de História da Arte na cidade de Columbia, dividia um apê com a irmã e trabalhava como garçonete em dois restaurantes, juntando dinheiro pra ‘tentar a vida’ em Nova York. Quando finalmente chegou à BigApple, não demorou quase nada pra iniciar carreira como modelo; logo, era clicada por nomões como Bruce Weber e Richard Avedon, para marcas como Armani e Yves Saint Laurent. Mas foi uma série de outdoors em Times Square para uma campanha da Calvin Klein que despertou a atenção do diretor Hugh Hudson; imediatamente, escalou a moça para um papel em ‘Greystoke – A Lenda de Tarzan’(1984). Era a estréia de Andie MacDowell no cinema. Só em imagem, porém: Glenn Close dublou todas as falas de Andie nesse filme, em virtude de seu forte sotaque sulista…

A autocrítica foi forte: depois disso, Andie encarou quatro anos de estudo de arte dramática no famoso Actor’s Studio. O sucesso de público e crítica veio a seguir, em 1989, com ‘Sexo, Mentiras e Videotape’, de Steven Soderbegh. Na sequência vieram os bons ‘Green Card’ (de Peter Weir, 1990) e ‘The Object of Beauty’ (de Michael Lindsay-Hogg, 1991), onde as cenas da natural e suave nudez de Andie já valeriam o ingresso. Esse foi o melhor período da carreira da atriz, concluido com os superlativos ‘Groundhog Day’(de Harold Ramis, 1993), ‘Short Cuts’ (de Robert Altman, também em 93) e ‘Quatro Casamentos e um Funeral’ (de Mike Newell, 1994). Depois disso, Andie foi a atriz principal do filme de estréia de Diane Kaeaton na direção ('Unstrung Heroes’, de 1995) e tentou repetir, com ‘Multiplicity’ (1996), o sucesso da parceria com o director Ramis. Mas o roteiro não tinha a força e a criatividade do ‘Dia da Marmota’ e Michael Keaton não chega nem perto de Bill Murray… Seguiram-se o fraquinho ‘Michael’(de Nora Ephron, 1996) e o apenas razoável ‘The End of Violence’ (de Wim Wenders, 1997).

O próximo filme de destaque em seu currículo acontecería só no ano 2000, com o lançamento do belo ‘Harrison’s Flowers’ (de Elie Chouraqui), onde uma inspirada Andie vive a mulher de um jornalista desaparecido na então Iugoslávia. Nada de muito relevante dali pra frente: filmes 'made for TV', participações tímidas em produções desinteressantes para o cinema. Andie MacDowell parece ter resolvido se dedicar aos três filhos de seu primeiro casamento, que durou de 1991 a 99. Depois disso, casou-se novamente em 2001 e voltou a se separar, trê anos depois. Atualmente, vive com a prole adolescente em um rancho no seu estado natal. Parece aquele chavão da matrona-fazendeira americana, não é mesmo? Nada a ver com a imagem sofisticada e fatal, da mulher que vive só para cultivar a própria beleza, que Andie passa nos comerciais da L’Oreal… Qual das duas personas você prefere?