sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Musas de Qualquer Estação


Embora muito fotogênica, ela está longe de ser uma mulher especialmente bonita. O rosto anguloso parece meio fora de esquadro, a boca é muito grande, os olhos afastados em demasia um do outro, e o corpo, absolutamente comum. Mas tem um charme incrível e é ótima atriz a Anne Hathaway, americana de Nova York nascida em 12 de novembro de 1982.


Começou fazendo TV, teve um papel de destaque num filme babaquara da Disney, “The Princess Diaries” (de Garry Marshall, 2001), começou a chamar a atenção como coadjuvante em ‘Brokeback Mountain’(de Ang Lee, 2005), mas despontou para o mundo com “O Diabo Veste Prada” (de David Frankel,2006). Depois disso, encarou a difícil interpretação da escritora Jane Austen em “Becoming Jane” (de Julian Jarrold, 2007), até cair no escracho ao lado de Steve Carell no deliciosamente idiota “Agente 86” (de Peter Segal, 2008).


Na semana passada, assisti seu filme mais recente, “O Casamento de Rachel” (de Jonathan Demme, 2008), onde Anne desempenha muito bem o papel da complicada irmã da noiva, às voltas com sucessivas internações de re-habilitação por consumo abusivo de drogas. O filme parece, mas não é: parece que é mais uma comédia boba de Hollywood, sobre confusões em uma festa de casamento, mas é muito mais do que isso; parece que é mais uma visão hipócrita e moralista da ‘ovelha negra’ que vem desestabilizar uma pobre família já traumatizada, mas é também muito mais do que isso. O ótimo diretor Demme passa por cima e ao largo de todos esses clichês para construir uma história rica em detalhes e com sacadas inusitadas, tendo como base a atuação superior de Anne Hathaway, de Rosemarie deWitt (a Rachel do título) e da excelente Debra Winger, como a mãe das irmãs. Anne Hathaway acaba de concluir as filmagens de “Alice in Wonderland” – o clássico de Lewis Carroll na ótica do genial Tim Burton. Anne faz a ‘White Queen’ e Johnny Depp é o Chapeleiro Maluco; a australiana Mia Wasikowska é Alice e Helena Bonham-Carter faz a Rainha Má. O filme deve ser lançado somente no ano que vem. Mal posso esperar…

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sobre patos



O lago que foi embora pelo ralo.

Absolutamente chocante o que aconteceu neste final de semana com o lago do Parque da Aclimação. De repente, a água foi sugada por um buraco que sempre esteve ali, mas que tinha como função controlar o nível da água (ou algo parecido, não entendo nada do assunto). Mas o fato é que, em questão de minutos, uma multidão de peixes, tartarugas e aves marinhas foi embora, literalmente, pelo ralo. A foto acima, tirei há cerca de um ano, em uma das poucas vezes em que estive naquele Parque. Quantos desses patos não terão sido sugados, hein? Olhaí embaixo no que se transformou o lago...


Não sei de quem é a culpa - ou mesmo, se existe um culpado -, mas fico imaginando o escarcéu que a 'grande mídia' faria, caso a prefeita fosse Marta Suplicy... acham que exagero? Pois vejam só: nos últimos dias, a cidade de São Paulo tem sido castigada por temporais; as inundações se sucedem e se alastram por toda a cidade, diariamente. O prefeito, em sua última campanha, alardeou que São Paulo não mais passaria por problemas como esses, alguém se lembra? E agora? Alguém viu a TV Globo, a Folha ou o Estadão, cobrando o Kassab de suas promessas, ou mesmo citando o prefeito nas matérias sobre as enchentes na Capital? E alguém se recorda como era com a Marta, quando a Marginal ou um dos túneis ficava inundado?

O ralo que sugou os patos funciona como triste metáfora para a população que elegeu o atual prefeito. Espero que esses paulistanos enxerguem a verdade. Ou então, que cantem em uníssono: quac, quac, quac....

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Compensação


Ele não levou o Oscar, mas com a intervenção dos artistas PVP e GL, ganhamos todos nós.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Cabelo, cabeleira...



Desde a posse do Obama que eu queria abordar esse assunto. Me incomoda o fato da mulher do primeiro presidente negro dos EUA - e principalmente, suas filhas - alisarem o cabelo.

Antes de mais nada, pra deixar bem claro: não se trata, aqui, de um 'preconceito às avessas', do tipo: "Negro deve sempre manter os cabelos naturais, estilo black power, trançado ou em dreads". Não é isso, de jeito nenhum: afinal, se os brancos podem pintar o cabelo de azul, vermelho, loiro, fazer chapinha, ou qualquer outra coisa, por que os negros não poderiam? Cada um que faça o que quiser com seu cabelo, oras. Mas acontece que a chance da Michelle Obama demonstrar a beleza da negritude no posto que hoje ocupa, é inédita e espetacular. Um cabelo afro na primeira dama dos EUA seria, acredito, uma importante tomada de posição perante o mundo e, principalmente, teria um efeito 'turbo' para a auto-estima de milhões de meninas negras achincalhadas por seu 'cabelo ruim', e que sofrem diariamente (na maioria das vezes, forçadas pelas próprias mães) com chapinhas, ferros-quentes e sei lá quais outros instrumentos de tortura.

Mas o meu problema principal não é com a Michelle; embora eu não goste, ela tem todo o direito de ter o 'capacete Condoleeza Rice' que quiser. É adulta, dona de seu nariz. Mas não me conformo com as meninas Sasha e Malia, tão bonitinhas antes do 'Inauguration Day', com seus cabelinhos trançados e encaracolados, e agora, condenadas à chapinha? No no no Ms. Obama, that is cruel!



Conversei com a Leila, do blog Stuck in Sac (linkado aí ao lado) sobre isso, e ela me mandou um artigo escrito por Erin Aubry Kaplan, negra, editorialista do Los Angeles Times, e publicado no site Salon.com. O link pra quem quiser ler a íntegra do artigo é http://www.salon.com/mwt/feature/2009/02/03/michelle_hair/, mas aí vai um trecho, em tradução livre:

"... o cabelo de Michelle representa as mais altas aspirações e também as limitações de um certo estilo black. Está sempre imaculadamente penteado, reto e brilhante. No Inauguration Day, o cabelo de Michelle se movimentava graciosamente no vento gelado. Não há nada de errado nisso. E esse é, potencialmente, o problema: nada está errado; o cabelo é perfeito. É a aparência de Michelle, desde que a conhecemos. E já começa a parecer que ela é refém daquele cabelo, é uma armadura que ela carrega. É claro que as 'primeiras-damas' têm seus estilos próprios -- o penteado de Nancy Reagan, por exemplo, não mudou nem um centímetro em oito anos, com vento ou sem. Mas eu imagino como seria ver, mesmo que ocasionalmente, uma mulher negra, jovem e bonita, com os cabelos naturais, crespos e soltos. Em outras palavras, um estilo que destacasse a sua origem étnica, ao invés de 'ameniza-la'.
... sei como são complexas essas opções de estilo e de identidade: sou uma mulher negra com cabelo crespo, mas não crespo o suficiente para ser considerado 'pixaim' e tipicamente negro. Mesmo assim, minha negritude inspira percepções e expectativas sobre o meu cabelo; as pessoas brancas acham que aliso o cabelo e se mostram sempre curiosas sobre 'o que eu fiz' com ele. Na minha vida, usei muito pouco em termos de químicos e ferros para alisar o cabelo, mas ainda assim não escapei dos rituais capilares dos negros: quando criança e adolescente, não me era permitido deixar o cabelo 'natural' ou 'solto', simplesmente porque era algo muito 'étnico'. Até hoje, ainda sinto aquela ansiedade infantil sobre como vou usar o meu cabelo em ocasiões especiais. Enrolo? Aliso? Prendo? Deixo como está e como é? Desconfio que Michelle Obama se faz as mesmas perguntas.
Nesses tempos de suposta 'liberalidade racial', como lidaríamos com uma Michele de cabelo crespo ou com dreads, se ela se parecesse mais com a negra que ela é? Aplaudimos a família que hoje ocupa a Casa Branca; mas esperamos que os Obamas definam uma nova era para os negros, ou que que eles personifiquem um modelo idealizado, criado pelos brancos e internalizado pelos negros desde há muito tempo? Acho que até um penteado black 'comportado', estilo Oprah Winfrey, deixaria as pessoas nervosas..."


Bem, e pra encerrar o post que se iniciou com a bela cabeleira de Beyoncé, vamos de Gal Costa - que estabeleceu no final dos anos 60, um novo parâmetro de cabelo no Brasil - cantando... "Cabelo". O clip é tosco, baseado na horrorosa estética anos 80, mas a música (de Jorge Benjor) e a letra (de Arnaldo Antunes) são ótimas.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Recomendo!


A luta livre gênero pastelão, bem trash mesmo - que no passado revelou por aqui, 'talentos' como Ted Boy Marino -, continua reunindo uma multidão de fãs nos Estados Unidos. País estranho, aquele... Bem, mas não resta dúvida que a modalidade é um prato cheio para um roteiro de cinema, já que é fácil imaginar a triste decadência daqueles brutamontes movidos a esteróides e fanfarronice. Foi o que fez o diretor Darren Aronofsky em 'O Lutador'. Mas a grande sacada foi ter dado o papel principal para Mickey Rourke. O cara despontou como símbolo sexual em '9 e 1/2 Semanas de Amor' e fez pelo menos dois grandes filmes ('O Selvagem da Motocicleta', de Coppola, e 'Coração Satânico', de Alan Parker), pra depois embarcar em várias barcas furadas até tomar a infeliz decisão de retomar a carreira de lutador de boxe. Antes de enveredar pelo cinema, Mickey foi boxeador (e dos bons, ao que parece) na juventude; mas o retorno aos ringues foi um desastre - inúmeras derrotas e o rosto desfigurado pela pancadaria. Muitas plásticas e internações por drogas e álcool se seguiram, até ele voltar com tudo em 'O Lutador'.


Mickey Rourke está fantástico no filme. A história, como não poderia deixar de ser, é triste, aflitiva. Mas o diretor conduz a trama com maestria, sem cair na tentação do melodrama barato. Há cenas realmente muito boas e a composição do personagem principal se dá principalmente nos detalhes (como o aparelho de surdez do protagonista ou as suas unhas), o que é uma opção muito inteligente. Pra completar, a participação esplendorosa, tanto do ponto de vista artístico como do 'físico', de Marisa Tomei. Com tudo isso, 'O Lutador' é um triunfo.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Musas de Qualquer Estação


Americana da Carolina do Sul, Rosalie Anderson "Andie" MacDowell nasceu em 21 de abril de 1958. Começou a trabalhar como garçonete em um disco club, onde foi ‘descoberta’ por um fotógrafo da agência de modelos Elite. No começo dos anos 80, brilhou como modelo em anúncios de Yves Saint Laurent, Armani e Calvin Klein. Daí pro cinema, o famoso ‘pulo’ que para alguns parece tão fácil e natural. Sua primeira aparição na telona foi em 1984 em 'Greystoke: The Legend of Tarzan, Lord of the Apes' (de Hugh Hudson). Mas olha que coisa: seu pronunciado sotaque do sul dos EUA fez com que tivesse as falas dubladas por Glenn Close.


A carreira cinematográfica de Andie McDowell só decolou mesmo cinco anos depois, quando o diretor Steven Soderbergh a escalou para um dos papéis principais de ‘Sexo, Mentiras e Videotape’ – um inesperado sucesso. Daí vieram 'Green Card' (de Peter Weir, 1990) e os ótimos 'Short Cuts' (de Robert Altman, 1993), 'Groundhog Day' (de Harold Ramis, 1993) e 'Quatro Casamentos e um Funeral' (de Mike Newell, 1994).


Mas depois disso, a coisa começou a desandar... veio o fraco 'Bad Girls' (de Jonathan Kaplan, 1994) – um faroeste capenga, com Drew Barrymore, Madeleine Stowe e Mary Stuart Masterson, o xoxo 'Multiplicity', ao lado de Michael Keaton (1996, de Harold Ramis), e 'Michael', ao lado de John Travolta (também 1996, de Nora Ephron). Daí, foram altos e baixos. Salvam-se 'The End of Violence' (de Wim Wenders, 1997), 'Harrison’s Flowers' (de Elie Chouraqui, 2000) e só.


Andie tem uma beleza original, que não se encaixa nos padrões pré-estabelecidos do consumo fácil: rosto anguloso, cabelos maravilhosamente cacheados, pernas irresistíveis , olhar ‘matador’ e é elegantésima, independente da roupa que esteja, ou não, vestindo. Está em seu terceiro casamento, tem três filhos e mora numa fazenda no sul dos Estados Unidos.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Sábado? Ou em 600 anos?


Se você ainda não recebeu, provavelmente está prestes a receber um email dizendo que neste sábado, dia 14 de fevereiro, um alinhamento planetário marca a chegada da 'Era de Aquarius'. O fato é que aquilo que foi descrito há quarenta anos na letra da música "Aquarius-Let the Sunshine In" (da peça/filme 'Hair'), realmente acontecerá nesse sábado. Ou seja:

"When the Moon is in the seventh house
and Jupiter aligns with Mars.
Then peace will guide the planets
and love will steer the stars"

(Quando a Lua estiver na sétima casa
e Jupiter se alinhar com Marte,
Então a paz guiará os planetas
e o amor varrerá as estrelas)

Delírio hippie? Viagem lisérgica da geração paz e amor? Coincidência ou premonição? Bem, segundo os astrólogos, o mapa astral do dia 14 de fevereiro revela uma incrível concentração de influências cósmicas combinando com as energias de Aquarius na décima segunda casa.

- Júpiter, o planeta da expansão, e Marte, o planeta da energia, estarão alinhados com o objetivo mais elevado.
- A presença de Quíron, o curador ferido, oferece a oportunidade de curar os fatos que nos separaram durante tanto tempo de nós mesmos e do todo.
- Netuno enfatiza os movimentos humanitários coletivos e a co-criação da justiça social.
- A presença do Sol ilumina todo este alinhamento especial.
- Mercúrio, tambem na décima segunda casa, apenas um pouco além de Capricórnio, se alinha com Plutão, o que significa Transformação, para se comunicar e ancorar a mudança através de nossas estruturas globais e instituições.
- A Lua em Libra na sétima casa enfatiza o início de relacionamentos harmoniosos.
- Vênus em Áries na primeira casa, energiza e dá poder à co-criatividade e ao dinamismo.
- Saturno, o grande mestre do trabalho, em oposição à Urano, o desperto inesperado, sugere uma série de confrontações dos velhos paradigmas - que não são mais sustentados, entregando-se ao novo paradigma com novas esperanças; sua colocação entre Virgem e Peixes traz altruísmo prático e inspiração visionária nesta transição.

Esse é o discurso dos astrólogos 'otimistas', dos hippies renitentes e do tal email que falei acima. Mas uma rápida pesquisa me revelou o seguinte:

De acordo com os cálculos de diferentes estudiosos da astrologia, as datas prováveis aproximadas para entrada na Era de Aquarius serão 2638 d.C. (Elsa M. Glover), 2654 d.C. (Max Heindel) ou 2680 d.C. (Shepherd Simpson); todas elas são bastante próximas umas das outras, tendo em conta que são cálculos para um evento a ter lugar apenas no século XXV. É também entendido pelos astrólogos que esta não é uma divisão matemática do tempo, mas sim um processo, intitulado "Orbe de influência", através do qual uma era inicia a sua influência, de um modo cada vez mais visível, antes do final da era anterior. Carl Jung referiu, há cerca de cinquenta anos, que as Eras astrológicas são baseadas nas constelações reais e não nas secções de 30 graus do zodíaco. Como Pisces é uma constelação maior, a transição para Aquarius só terá lugar apenas por volta de 2600 d.C. Em 1929, a União Astronômica Internacional definiu as bordas das 88 constelações oficiais. A borda estabelecida entre Peixes e Aquário localiza o início da Era de Aquário por volta de 2600 d.C.

A Terra, em adição ao movimento de rotação em volta de seu eixo, tem um movimento de precessão envolvendo uma lenta e periódica mudança do seu próprio eixo. Este movimento dá origem à precessão dos equinócios na qual a posição do Sol na eclíptica na altura dos equinócios, medida em função de um fundo de estrelas fixas, muda gradualmente com o tempo (o Sol parece cruzar o equador no equinócio vernal, ou início da primavera, cada ano um pouco antes do ponto no qual cruzou o equador no ano anterior).

Em astrologia a Era Solar é definida pela constelação na qual o Sol aparece durante o equinócio vernal. Como cada signo do zodíaco tem (em média) 30 graus, cada era solar dura aproximadamente 70anos/grau × 30graus = 2.100 anos. Isto significa que o Sol cruza o equador no equinócio vernal em movimento de retrocesso de ano para ano a uma média de um grau em setenta e dois anos, uma constelação em cerca de 2156 anos e os doze signos em cerca de 25 868 anos (designado Grande Ano Sideral).
Esta é um divisão intelectual do círculo do zodíaco que coincide com as constelações no céu apenas um vez em cada 25 868 anos.

A última vez que este ponto de partida no zodíaco intelectual coincidiu com a constelação zodiacal foi em 498 d.C. Um ano depois destes pontos de ambos os zodíacos estarem concêntricos, o Sol cruzou o equador a cerca de cinquenta segundos de espaço para a constelação Pisces. No ano seguinte estava a um minuto e quarenta segundos em Pisces, e desde então tem vido a retroceder até que na actualidade o Sol cruza o equador a cerca de nove graus na constelação Pisces. Será pois apenas daqui por cerca de 600 anos que cruzará o equador celestial na constelação Aquarius.
Em termos simples, significa que a atual Era de Peixes inciou-se cerca de 500 d.C., dado que foi a última vez que, astronomicamente, o equinócio vernal ocorreu no primeiro ponto da constelação Áries, deixando-a e entrando na constelação de Peixes (altura em que os zodíacos intelectual e natural concordaram). Hoje em dia, o equinócio vernal ocorre, astronomicamente, a cerca de nove graus da constelação Pisces e será apenas por volta de 2600 d.C. que realmente finalizará o movimento em retrocesso por Pisces e entrará na constelação de Aquarius.


De concreto mesmo, é o seguinte: dia 14 de fevereiro é Dia dos Namorados nos EUA e na Europa, e é também o dia em que nós teremos uma hora menos (termina o horário de verão). E é também o dia em que eu vou dar banho no meu cachorro...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Cena brasileira


Os trabalhadores, em condições precárias, se equilibram (ou simplemente tentam se manter vivos), enquanto limpam as janelas do suntuoso e kitsch edifício neo-clássico. A bandeira tremula indiferente no céu carregado. Mas uma réstia de azul se insinua.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A volta está próxima...


Nunca assisto a essas mesas redondas de futebol, domingo à noite. Faz tempo que perdi a paciência pra essas bestasquadradas-verborrágicas-ignorantes-preconceituosas-egocêntricas, do tipo miltoneves, chicolang, flavioprado e cia. ilimitada – assim mesmo, com letras minúsculas. Mas ontem, soube que o Ronaldo ‘Fenômeno’ estaria no programa do miltoneves. E tive a pachorra de assistir. Vi um Ronaldo bem mais magro, quase com jeitão de atleta; me pareceu sincero ao dizer que não estaria nessa luta se não achasse que voltaria a jogar com alto nível de desempenho. Os entrevistadores, aqueles mesmos que já achincalharam o cara à distância, chamando-o de gordão, acabado, mercenário e amarelão, na presença do sujeito tornaram-se instantaneamente um bando de vaquinhas de presépio bajuladoras - uma vergonha. Ponto para o ex-jogador Neto (de quem também não gosto, mas ao menos é autêntico), que foi o único a fazer duas ou três perguntas interessantes.

E o chato-mór miltoneves? Uma surpresa: ontem, em meio à enxurrada de merchandisings, o sujeito mandou a seguinte pérola: “Você, que não gosta do miltoneves (sim ele refere-se a si mesmo na terceira pessoa...), que quer ve-lo torrado e moído, agora tem seu desejo realizado: estamos lançando o café miltoneves!” Hahaha, juro que é verdade! Tava lá o tal café, com o desenho daquela face rotunda e sua característica expressão parva na embalagem! Olha só:



Bem, mas o que interessa é o seguinte: parece bem provável que, daqui a cerca de um mês, Ronaldo estará pronto não só para voltar a jogar, mas para jogar em alto nível. Se conseguir (e acho que conseguirá) praticar ao menos 50% do futebol que já mostrou, já será o suficiente para colocar no chinelo todos os seus concorrentes – que hoje seriam, no futebol paulista, os badalados Keirrison, Kleber Pereira e Washington. A lamentar, apenas, que Ronaldo volte a jogar justamente pelo Corinthians... Eu, que torço pelo cara, terei que torcer pelo Corinthians?? Não, isso não. Mas adoraria ver um São Paulo e Corinthians cujo placar final fosse São Paulo 6 x 2 Corinthians (dois gols de Ronaldo).

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Musas de Qualquer Estação


Ela ficou conhecida do país todo em 1993, quando viveu a hermafrodita Buba na novela 'Renascer', da TV Globo. Não sei, não vi, mas dizem que foi muito bem no papel. Pra mim, ela só apareceria dois anos depois, vivendo a amiga da 'Engraçadinha' de Nelson Rodrigues, na minissérie também da Globo. Maria Luísa Mendonça chama a atenção pela beleza misteriosa, alva, translúcida. Mas acima de tudo, é excelente atriz. Carioca nascida em 30 de janeiro de 1970, ela tem arrasado em praticamente todos os trabalhos que faz. Começou no teatro e depois de tornar-se conhecida na TV, passou pro cinema. Suas atuações em "Carandiru"(de Hector Babenco, 2003) e "Querô" (de Carlos Cortez, 2007) são sensacionais.





Maria Luísa Mendonça ficou de certa forma marcada por papéis de mulheres desequilibradas e/ou desajustadas. Mas ela é muito mais do que isso: na TV mesmo, já mostrou enorme talento humorístico em participações especiais no seriado "Os Normais", por exemplo. E Maria Luísa Mendonça pertence àquela categoria de mulher que não precisa forçar poses, caras ou bocas para ser sensual; Maria Luísa Mendonça simplesmente é.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Grrrrrrrr....!!


Acho que sou mesmo muito radical em relação a certas coisas, ou dou valor desproporcional a fatos absolutamente irrelevantes e que, ainda por cima, não afetam nem de longe a minha vida - para melhor ou pior.
Vejam só: uma nota como essa aí embaixo, publicada hoje na coluna da Mônica Bergamo (Folha de S.Paulo), tem o poder de me deixar, ao mesmo tempo, puto da vida, revoltado com os rumos tomados por certos jornalistas, e desesperançoso em relação a humanidade. É ridículo, é uma 'over-reaction' absurda pra uma coisa tão idiota. Mas eu sou assim.

"O host Rick Levy, que desde a abertura da balada Funhouse, há seis anos, coloca VIPS para dentro, está de saída. Avisa aos 'very important' que terão que pegar fila. Pelo menos até a nova hostess, Dani Buarque, decorar quem é quem".

PENA DE MORTE pra esse tal de Rick Levy, pros supostos Very Important, pra essa Dani Buarque e de quebra, pra Mônica Bergamo!!!!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Pra começar bem a semana, um momento antológico: Bob Dylan no Concerto para Bangla Desh. A música é 'Just like a Woman', obra-prima absoluta, aqui em interpretação especial, com George Harrison e Leon Russell no acompanhamento e backing vocals. Madison Square Garden, Nova York, 1971. ENJOY!