quinta-feira, 30 de abril de 2009

É cada uma...


Essa semana, em Viena para uma série de shows, a cantora americana Beyoncé inovou, mas não na música - onde convenhamos, a julgar pelo pastiche de black music que quase sempre apresenta, seria difícil. A gostosona simplesmente arranjou uma sósia que fez uma visita ao Museu Albertina, um dos mais interessantes da capital austríaca, enquanto ela (a verdadeira) saía tranquilamente para bater perna pelas lojas chiques. No museu, a falsa Beyoncé foi brindada com uma visita guiada pelas maravilhas do acervo - um dos mais importantes do mundo em arte gráfica e design, com cerca de 65 mil desenhos, quase 1 milhão de preciosidades gráficas antigas e modernas, fotografias e trabalhos de arquitetura. O próprio diretor do museu fez questão de acompanhar pessoalmente a suposta cantora em sua visita.

Mais tarde, ao saber do mico, declarou indignado: "Considero isso uma afronta. Na verdade, durante a visita tive uma ponta de desconfiança: o tempo todo ela evitava o contato visual e agia, de maneira geral, de um modo um tanto estranho".

Não sei se o episódio afetou a bilheteria dos shows de Beyoncé em Viena, ou se trouxe ou trará algum dano à sua 'persona pública', ao menos entre os europeus. Mas fica a confirmação de que no topo daquele corpão, habita uma cabecinha vazia, que não teve capacidade nem pra imaginar que a 'idéia genial' só confirmaria a imagem de perua nouveau riche, consumista e fútil. Na imagem abaixo, outro mico da Beyoncé: durante show de 2007, em Orlando, a cantora levou um tombo espetacular e ainda teve o azar de ser flagrada por um esperto fotógrafo. E com direito a cofrinho...

terça-feira, 28 de abril de 2009

Ora direis, ouvir estrelas...


Acho que esse post vai parecer 'matéria paga', mas não é...

O seguinte: acaba de ser lançado no Brasil esse aparelho aí em cima, que parece levar à estratosfera o conceito de tudo-em-um, música-em-qualquer-lugar, etc,etc. Ao adquirir o bichinho, que atende pelo pomposo (e algo ridículo) nome Nokia 5800 Comes With Music, pode-se baixar, pelo celular ou pelo computador, uma quantidade absurda de músicas ('milhões', promete o fabricante). Os downloads podem ser feitos pelo período de um ano, gratuitamente.

Vamos à tecnologia: o Nokia 5800 parece um iPhone aperfeiçoado. Tem som estéreo de alta fidelidade, equalizador gráfico, cartão de 8GB de memória para armazenar as faixas em diversos formatos de música e entrada de 3,5 mm para fone de ouvido padrão ou caixas acústicas. Já vem com som surround, acesso a e-mails e dá até pra acessar o You Tube diretamente do aplicativo instalado no aparelho, além de criar e editar vídeos e fotos.

O Brasil é apenas o sexto país do mundo (depois de Reino Unido, Cingapura, Austrália, Itália e Suécia) a receber o aparelho e os serviços a ele acoplados. Pra isso, a Nokia fechou acordos com as grandes gravadoras, com selos independentes e o escambau, disponibilizando um catálogo de músicas internacionais e nacionais, de abrangência impressionante. Ou seja: talvez na base do 'sem querer querendo', o Nokia 5800 propõe um novo modelo de negócios pra tentar resolver a até agora insolúvel questão do download gatuito, direitos autorais, pirataria, etc.

É claro que a palavra que encerra o primeiro parágrafo desse post - 'gratuitamente' - é uma forçação de barra, uma expressão marqueteira. Não existe 'gratuito' nessa história. Não conheço, evidentemente, o teor desses acordos da Nokia com gravadoras e selos, mas envolve dinheiro, é lógico. E também não sei o preço do telefone (opa! smartphone, por favor!) e nem o valor do minuto ou da banda consumida de internet pra fazer os 'milhões' de downloads, mas juntando tudo isso, é claro que todos vão ganhar dinheiro; e nós, vamos pagar.

É lógico que não acho ruim e nem injusto, mas... me incomoda um pouco essa certa 'banalização' da música. Era legal entrar numa loja de discos e fuçar velharias e novidades, era bacana esperar pelo novo lançamento do seu artista favorito, era incomparável curtir as capas dos LPs (e até dos CDs), era legal apreciar o 'conceito' de um disco como um todo, e não apenas uma ou outra faixa, isoladamente. Tudo isso, já era.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Dos vícios e virtudes


O artigo 'As tentações do bem', assinado por Luiz Felipe Pondé na Folha de S.Paulo de hoje, promete provocar muita polêmica. De uma vez só, o cara cutuca com vara curta os ecologistas, os religiosos, os esquerdistas e até os antitabagistas. Corajoso, o sujeito. Alguns trechos:

"são os vícios que nos humanizam, não as virtudes"

"uma ressaca de álcool ou uma ressaca moral cura qualquer vaidade besta"

"achar-se virtuoso é a marca essencial do bom canalha"

"quem se acha agente de pureza tem minha natural antipatia"

"hoje, a falsa virtude se espalha por rostos que exalam o mesmo mau cheiro da mentira moral de muitos dos bispos no passado"

"para muitas viúvas do Che, 'ser verde' é o 'produto utopia' que resta"

"adorar a natureza é coisa de neopagão bobo: câncer é tão natural quanto as foquinhas"

"minha dúvida é a seguinte: qual o motor principal desse ódio aos 'poluidores' da natureza? Não acredito que sejam as coitadas das foquinhas, mas sim a capacidade do ser humano de gostar de odiar outros seres humanos, principalmente se este ódio for justificado por alguma falsa virtude (amor aos animais, ódio aos fumantes, paixão pelas cenouras)"

sábado, 18 de abril de 2009

Update Caetânico


Selecionei dois trechos que achei interessantes do último post de Caetano no blog obraemprogresso.com.br, agora desativado; e que de alguma forma, acrescentam ou até respondem algumas questões colocadas no post anterior:

“zii e zie” é o título condizente com as cenas do Rio de hoje: “tios e tias” somos todos diante dos garotos que fazem malabarismo no sinal. Mas em italiano fica mais perto de São Paulo, que é o que desejo agora.

Gil: “entro na velhice”, foi o que escrevi. Não “entro para a velhice”. Sua troca de preposição parece revelar que tipo de inquietação a frase lhe causou. Mas é apenas uma constatação. Se Ricardo e Marcelo se aproximam da idade adulta, se Moreno e Pedro estão no seu auge, eu entro na velhice. Ou, dito de outro modo, igualmente objetivo: os primeiros têm 27 anos, os outros dois têm 36 e eu tenho 66 (faço 67 em agosto). Mas, veja bem, é “entro”. Isso dura. E hoje em dia 66 é infância da velhice. Não estou demasiadamente preocupado. Aliás, não estava nada preocupado quando escrevi: se estivesse, acho que não escreveria.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Fonte da (e para a) juventude


Disco novo de Caetano na praça: ‘Zii e Zie’. Titulo estranho para mais um lançamento estranho dessa estranha fase do amado&odiado compositor. Ele parece viver um período meio indefinido e esquizofrênico. Por um lado, é muito bom que seja assim: afinal, é reconfortante ver alguém chegar aos 66 anos ainda com a chama da inquietude, da experimentação, com o gosto pela novidade. Mas esse é o mesmo cara que, muito recentemente, esbanjou caretice e conservadorismo naquela série de shows/cd/dvd ao lado do Roberto Carlos. Desde o disco ‘Cê’ – que acho que muito pouca gente, além de mim, gostou -, Caetano parece buscar alguma espécie de elixir da juventude: aliou-se aos amigos de seu filho Moreno - os ‘meninos’ Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado - e vem gravando desde então acompanhado por esse ‘power trio’ roqueiro (baixo-guitarra-bateria). ‘Cê’ trazia uma estética crua, urgente, nervos expostos. Com letras desbocadas e às vezes deslocadas. A fórmula se repete em ‘Zii e Zie’ - por cima das guitarras (mais uma vez) sujas e quase sempre estridentes, as letras falam de bundas, de lula, de guantanamo, de osama bin laden, de condoleeza, de tesão, da lapa carioca, de drogas, ‘de um tudo’.

No decorrer do ano passado, Caetano ‘testou’ praticamente todas as músicas que aparecem agora no novo disco, durante a temporada de shows ‘Obra em Progresso’, no Rio. Ao mesmo tempo, manteve – e ainda mantém - um blog de mesmo nome, onde exercitou sua conhecida verborragia mas, acima disso, desenvolveu inesperado e frutífero diálogo com seu público. Inclusive o arranjo escolhido para uma das faixas do novo CD – “Incompatibilidade de Gênios”, de João Bosco e Aldir Blanc, em belíssima regravação – foi decidido por meio de votação dos visitantes do blog. É sem dúvida muito interessante essa disponibilidade, por parte de um consagrado e histórico artista, para compartilhar com o público uma ‘obra em progresso’ e ir inclusive adaptando essa obra a partir da resposta desse público.


E apesar disso tudo, nos últimos tempos, Caetano tem andado meio sumido da mídia (principalmente, da mídia paulistana). Não mais: a partir dessa semana, praticamente todos os veículos da ‘grande imprensa’ trouxeram, estão trazendo ou trarão, entrevistas com Caetano e resenhas do disco por uma multidão de (pseudo) críticos. Está aberta, mais uma vez, a temporada de caça – e também de babação – ao compositor baiano. Da minha parte, como já abandonei há tempos a função de crítico musical ligado à urgência dos veículos diários, posso me dar ao luxo de dizer que, depois de ouvir “Ziie Zie” apenas duas vezes, ainda não cheguei a uma conclusão segura: a negativa seria de que é uma continuação pouco inspirada do anterior; a positiva, de que é um aprofundamento, um aprimoramento inspirado do ‘Cê’.

De qualquer forma, taí de novo o Caetano. E é muito bom saber que a gente ainda pode contar com um artista como esse: genial, polemista, irritante, egocêntrico, melodista inspiradíssimo, inovador, cagador de regras, dono de ‘várias verdades’, camaleônico, ultrapassado e à frente de seu tempo. Ou não.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Desconstrução


Os que acompanham esse blog, sabem que sou fã do Ronaldo (o 'Fenômeno'). Mas tá difícil... Dois fatos envolvendo o (ainda) craque, neste final de semana, me deixaram bem ressabiado.

O primeiro: antes de começar o jogo Corinthians x São Paulo, um novo comercial da Brahma com o jogador, pegou muito mal. O 'atleta' Ronaldo, ainda um tanto longe de sua melhor forma física, dizendo 'eu sou brahmeiro', é um pouco demais, né? Sobre esse tema, artigo de José Roberto Torero na Folha de S.Paulo de hoje, é certeiro:

"...Voltando ao comercial, que foi criado pela agência África, no texto o atacante afirma que tem orgulho de 'cair e se levantar'. O redator não devia estar sóbrio quando o escreveu. É uma frase muito infeliz. Uma piada pronta. Tanto que, na mesma hora, o amigo com quem eu via o jogo, comentou: 'Cair e se levantar não é grande coisa. Qualquer bêbado consegue isso'. E comparar o esforço de Ronaldo para voltar três vezes ao futebol com o suor da cerveja é chamar o espectador de estúpido. É fazer troça da fantástica recuperação do jogador, que deveria falar: 'Eu sou artilheiro' e não 'Eu sou brahmeiro'. A publicidade brasileira, que já foi das melhores do mundo, vem piorando nos últimos anos. Mas, agora, se superou. Acho que, pelo menos, para desencargo de consciência, esta nova propaganda deveria vir com um daqueles avisos no final, algo do tipo: 'O Ministério da Saúde adverte: cerveja dá barriga e faz você confundir mulher com similares'..."

O segundo fato: no jogo de domingo, com apenas seis minutos de partida, Ronaldo agrediu o zagueiro do São Paulo, André Dias, com uma entrada violentíssima. Por pura sorte, não quebrou o tornozelo do companheiro de profissão. Fosse qualquer outro jogador, teria sido sumariamente expulso.

Há algumas semanas, o volante Deda, da Ponte Preta, já havia advertido: “O Ronaldo me chutou. Seu eu tivesse feito o mesmo, teria sido expulso e poderia pegar um gancho gigantesco. Mando um recado aos times que enfrentarão o Corinthians. O cara (Ronaldo) está blindado pela arbitragem. Encostou, é falta.”

Aguardemos os próximos capítulos.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

E... boa Páscoa!


Sei que é um assunto um tanto pesado pra uma véspera de feriado, mas não dá pra deixar passar em branco: no domingo, com grande estardalhaço, a Folha de S.Paulo publicou uma entrevista com um ex-militante da ex-organização revolucionária dos longínquos anos 60, a VAR-Palmares. Na matéria, revelava-se um suposto plano para o sequestro do então Ministro da Fazenda, Delfim Netto. VAR-Palmares era a organização à qual pertencia Dilma Rousseff, atual Ministra da Casa Civil e virtual candidata governista à sucessão de Lula. O destaque ao ‘não-fato’ (afinal, nunca houve o tal sequestro) e a forçada de mão pra envolver a ministra na trama, dá uma idéia do que ainda virá por aí, na ‘grande imprensa’, pra tentar desmoralizar, desqualificar e demonizar Dilma. Em carta publicada hoje no Painel da Folha, Adriana Tanese Nogueira diz o seguinte:

“Lamento a parcialidade e o estilo ‘história em quadrinhos’ que a Folha usou na reportagem ‘Grupo de Dilma planejava sequestrar Delfim’, em que ele foi assim apresentado: ‘O sequestro do então Ministro da Fazenda, que sustentava a popularidade dos generais com crescimento de 9,5% em 1969’. Nessas poucas palavras, temos 1) que a ditadura militar produziu crescimento econômico, 2) que o ministro era responsável por ele e, consequentemente, 3) que esse bando de revolucionários eram uns idiotas (e fúteis), querendo prejudicar o próprio responsável pelo fantástico crescimento econômico brasileiro. É o mesmo discurso usado pela ditadura para justificar a violência institucionalizada. Mantém-se oculto que 1) o tal crescimento econômico teve um custo social, econômico e moral altíssimo, que arrastamos ainda hoje e 2) que Delfim Netto teve papel histórico como signatário do AI-5, o sinal verde para a linha dura militar praticar todas as atrocidades do período mais autoritário da nossa história. Banalizar a história é uma forma de servir a antigos senhores”.

Da minha parte, acredito que a tentativa de demonizar a ministra tenha falhado na própria edição de domingo da mesma Folha, que também trazia uma entrevista com a própria. Brilhante entrevista, que só fez reforçar a certeza do meu voto para a eleição presidencial que está chegando. Destaco o trecho abaixo:

FOLHA - No Rio, a sra. acompanhou a fusão e acompanhou o racha [da VAR] em Teresópolis.
DILMA - Na minha cabeça, eu só lembro que a gente conversava e discutia muito, debatia. Tinha uma infraestrutura complexa porque a gente não saía de lá, não podia aparecer. Bom não era. Mas, naquela época, você achava que estava fazendo tudo pelo bem da humanidade. Nunca se esqueça que a gente achava que estava salvando o mundo de um jeito que só acha aos 19, 20 anos. Sem nenhum ceticismo, com uma grande generosidade. Tudo fica mais fácil. Tudo fica mais justificado, todas as dificuldades. Você não ter roupa não tem problema. Às vezes, andava com uma calça xadrez e uma blusa xadrez.

FOLHA - A sra. faz algum mea-culpa pela opção pela guerrilha?
DILMA - Não. Por quê? Isso não é ato de confissão, não é religioso. Eu mudei. Não tenho a mesma cabeça que tinha. Seria estranho que tivesse a mesma cabeça. Seria até caso patológico. As pessoas mudam na vida, todos nós. Não mudei de lado não, isso é um orgulho. Mudei de métodos, de visão. Inclusive, por causa daquilo, eu entendi muito mais coisas.

FOLHA - Como o quê?
DILMA - O valor da democracia, por exemplo. Por causa daquilo, eu entendi os processos absolutamente perversos. A tortura é um ato perverso. Tem um componente da tortura que é o que fizeram com aqueles meninos, os arrependidos, que iam para a televisão. Além da tortura, você tira a honra da pessoa. Acho que fizeram muito isso no Brasil. Por isso, minha filha, esse seu jornal não pode chamar a ditadura de ditabranda, viu? Não pode, não. Você não sabe o que é a quantidade de secreção que sai de um ser humano quando ele apanha e é torturado. Porque essa quantidade de líquidos que nós temos, o sangue, a urina e as fezes aparecem na sua forma mais humana. Não dá para chamar isso de ditabranda, não.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Musas de Qualquer Estação


Charlize Theron, atriz sul-africana nascida em 7 de agosto de 1975. Quando tinha 15 anos, sua mãe matou seu pai a tiros, e foi absolvida por auto-defesa. Charlize começou como modelo aos 16 anos, iniciou carreira como bailarina mas logo foi tentar a sorte em Los Angeles. Começou como figurante, mas passou a chamar a atenção a partir de “O Advogado do Diabo” (de Taylor Hackford, 1997); no ano seguinte, fez uma ponta em “Celebridades”, de Woody Allen. A lista de diretores importantes continuou com Lasse Hallström, com quem filmou “The Cider House Rules” em 1999, e com John Frankenheimer, que dirigiu “Reindeer Games” (2000), onde Charlize faz uma inescrupulosa assassina com direito a sensacional cena de topless na piscina, com Gary Senise.



Foi também dirigida por Robert Redford em “The Legend of Bagger Vance” (2000) e mais uma vez por Woody Allen em “A Maldição do Escorpião de Jade” (2001). Mas o reconhecimento da crítica só veio mesmo com “Monster” (de Patty Jenkins, 2003), onde ‘La Theron’ encarna uma prostituta que vira uma cruel serial killer. Ganhou o Oscar pelo papel. Ou terá sido pela competência em se transformar em uma mulher feia? Depois disso, estranhamente, a careira de Charlize Theron entrou em baixa. Enfileirou uma série de filmes inodoros e descartáveis, com destaque (negativo) para o fraquíssimo “Aeon Flux” (de Karin Kusama, 2005) – ‘fiz só pelo dinheiro’, garantiu na época. Charlize Theron, primeira atriz sul-africana a ganhar um Oscar, é ídolo nacional em seu país, onde foi inclusive condecorada pelo então presidente Nelson Mandela. Com uma longa lista de ex-namorados, ela não deixa por menos quando o tema vem à tona. Em recente entrevista, chocou o moralista público americano ao declarar na TV: “Quer saber? Eu sou uma criatura sexual, e não há nada de errado com isso. Por que eu teria de ter vergonha de ser coisas tão diferentes? Por que precisamos ser só uma coisa, uma boa mãe ou uma puta? Quero ser tudo isso, e não acho que aquilo que tenho por baixo da roupa seja do mal. Sou uma mulher, sou feminina, gosto do que sou e celebro isso. Não tenho que pedir desculpas a ninguém por isso”. UAU! Definitivamente…. Musa!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Dica


Blog é realmente uma coisa poderosa... Em um desses posts mais recentes, na caixinha dos comentários, Luiz Guilherme Guerreiro escreveu que precisava falar comigo. Mandei um email e ele me respondeu que, dentro do festival de doumentários 'É Tudo Verdade', que rola atualmente em vários cinemas do Rio e S.Paulo, aconteceriam exibições do curta- metragem "Ser Tão" (duração de 25 min), que ele dirigiu em parceria com Mayalu Matos.

Além da foto acima, Luiz Guilherme me enviou uma breve sinopse do filme:
"Os rituais do teatro e da guerra misturam-se na cidade de Canudos, que ressurge das águas e do esquecimento na encenação local do texto “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, pelo Teatro Oficina Uzyna Uzona, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa".

Mas além disso,'Ser Tão'conta com três sequências de imagens de arquivo do episódio 'Um Sino Dobra em Canudos', da série 'A Grande Jornada', de Carlos Gaspar, meu pai. Ainda não vi o 'Ser Tão', mas posso assegurar que o valor histórico de 'Um Sino Dobra em Canudos' é imenso. Além de uma entrevista 'in loco' com a última sobrevivente, contemporânea da saga de Antonio Conselheiro, o filme (de 1962) traz as últimas imagens captadas no local exato onde aconteceu aquele ainda pouco conhecido episódio da história do Brasil. Naquele mesmo ano, a área foi inteiramente inundada, dando lugar a um enorme açude.

Para quem estiver em São Paulo e se interessar, 'Ser Tão' será exibido amanhã, sábado, às 17 horas no Centro Cultural Banco do Brasil. E também no domingo, às 15 horas, no mesmo local.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O cara


"Esse é o cara! Eu adoro esse cara!"

Foram essas as palavras do Obama ao se encontrar com Lula em Londres para a reunião do G20. Impressionante a empatia que o presidente brasileiro consegue, nos mais diversos ambientes internacionais - do Palácio de Buckingham ao Salão Oval da Casa Branca, do portal da Ilha de Goré, na África, a Davos, na Suíça. Obama chegou a declarar aos jornalistas presentes que "Lula é o político mais popular do mundo". A que se deve isso? Será porque ele aparenta uma autenticidade absoluta? Será porque os poderosos do mundo sentem alguma espécie de 'pena' do baixinho gordinho, monoglota de nove dedos? Será porque ele parece realmente acreditar no seu recorrente discurso de pedir aos países ricos que ajudem os pobres? Será uma reação sincera de reconhecimento à história do semi-analfabeto que chegou à liderança do país mais importante da América Latina? Ou será admiração por esse cara sem estudo nenhum que, contrariando as expectativas, soube 'fazer o jogo do mercado'?

Pode ser tudo isso ou nada disso. Sinceramente, não sei. Mas é incrível como Lula é respeitado e admirado no exterior. Nos últimos anos, tive a oportunidade de fazer algumas viagens por aí. O motorista de taxi em Buenos Aires, o lobista em Washington, a alta executiva em Nova York, o porteiro do hotel em Bogotá, a bilheteira de teatro em Las Vegas: todos são unânimes na percepção positiva sobre o Lula. E atenção: não estou fazendo, neste post, juízo de valor sobre a pessoa ou sobre a competência do presidente brasileiro. Embora a maioria dos queridos frequentadores saiba da minha opinião sobre o Lula (e sobre o seu governo), este NÃO É um post 'político'. São apenas conjecturas de ordem sociológica/psicológica, procurando entender esse verdadeiro fenômeno de empatia entre Lula e seus interlocutores de qualquer nível. E você, o que acha?

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O 'novo' jornalismo...


Não foi na Contigo nem na Caras; muito menos, em algum jornal de bairro ou do interior do Piauí. A nota abaixo, sobre a namorada do ator Caco Ciocler, saiu ontem na coluna da Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, o mais influente e mais lido jornal do país:

"Marina Previato, 26, que vai estrear na minissérie dirigida pelo cineasta Beto Brant que vai ao ar neste ano na TV Cultura, não usou drogas nem fez sexo diante das câmeras, como afirmou a coluna. Ela também não deu declaração nenhuma nesse sentido. O trabalho, de dramaturgia, será exibido no projeto 'Direções' da emissora e vai ao ar em agosto".

HAHAHAHAHAHA!!! Cuméquié???!!!