sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Uma cidade: Lisboa



É Europa, mas não parece. Tem um quê de Bahia, mas é Europa.



Lisboa é massa! Uma cidade pequena com uma grande história; um lugar onde se vislumbra a amplidão do céu maravilhoso, do Tejo imponente que conta lendas e verdades de navegantes de ontem e de hoje. E é também uma cidade dos escondidos recantos, de misteriosos encantos.



Ficar hospedado na Pensão Casa de São Mamede, degustar vinhos e pratos inesquecíveis em seus tantos restaurantes, subir o morro, de ruela em ruela, até o Castelo de São Jorge; uma parada na mesinha ao Sol, uma jarra de sangria; mais uma; e outra, a tarde toda... Os museus, a literatura, os nomes das ruas, a iluminação. E juntar-se aos 'adeptos' para assistir a uma partida da seleção portuguesa no estádio de Alvalade. PUR-TU-GAL, PUR-TU-GAL!!!



Lisboa é demais...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Momento mágico

Não sei porque ele resolveu escrever sobre isso agora, cinco anos depois, mas em seu costumeiro estilo verborrágico (dessa vez, até que nem tanto...) mas quase sempre genial, Caetano Veloso comenta em seu blog (http://www.obraemprogresso.com.br/), sua participação na festa de entrega dos Oscars, em 2003. Na ocasião, cantou ao lado da mexicana Lila Downs, Burn it Blue, música-tema do filme 'Frida'.

Uma delícia as 'observações antropológicas amadorísticas' que Caetano faz de Los Angeles e da própria festa; e ao final do texto, uma referência ao CD 'A Foreign Sound', mais um entre os trabalhos recentes do artista, injustamente ignorados ou apressadamente criticados pela pseudo-intelligentsia... E depois de texto, a apresentação no Oscar (santo YouTube!): uma bela canção, um magnífico cantor, uma deslumbrante cantora.

Sou louco por Julie Taymor (Roberto Mangabeira me disse que o “Titus Andronicus” que ela fez com Anthony Hopkins é genial). Vi o “Rei Leão” na Broadway e achei bem bonito. Vi também, com a própria Julie, a montagem dela para “A flauta mágica” no Lincoln Center. Muito impressionante. Mas eu não tinha interesse em cantar a música para o filme e muito menos em ir apresentá-la no Oscar. Fiz por amizade a ela. Ir até Los Angeles, cidade que eu abominava, para fazer aquilo me parecia o programa mais furado do mundo. Julie insistiu com tanta doçura que não pude resistir. Mas tive que fazer esforço pra me concentrar e reaprender a canção (estou sempre fazendo muitas coisas e me enrolo). Uma vez lá, gostei. Não tanto no palco, mas na platéia e na cidade. Pela primeira vez não detestei Los Angeles simplesmente: dentro do teatro, em meio a tantas figuras que conheço desde menino (eu estava sentado ao lado de Joel Gray, logo atrás de Rita Moreno e Shirley Jones, e à frente de Mickey Rooney) e de celebridades do momento (Halle Berry é mais linda e mais escura pessoalmente, Nicole Kidman parecia ter a testa paralizada, Jeniffer Lopez faz cara de brava, adorei aquela moça que luta kung-fu no filme do super-herói cego, em que ela tem toda a graça do mundo e Ben Afleck nenhuma - toda essa gente ficava nas primeiras filas, assim como Merryl Streep, Barbara Streisand, Tom Hanks ou Pedro Almodóvar, que vinha cá atrás falar comigo e com Paulinha a cada intervalo), senti Los Angeles como um lugar real como nunca antes. Na rua, no hotel, nos restaurantes, a cidade parece um cenário desolado e precário; para lá dos tapetes vermelhos do Oscar, no coração do mundo da fantasia, tudo é real. O orgulho genuíno com que toda aquela gente se vê participando da história de Hollywood, toda a consistência dos conseguimentos (que impressionam muito quando tomados em conjunto: clips de homenagem, prêmios históricos a produtores, diretores e intérpretes), tudo dá um ar de solidez e saúde que a cena ridícula de mulheres de vestidos longos e homens de black-tie andando ao sol da tarde na entrada do teatro não poderia predizer: lá dentro é uma noite de gala verdadeira. De tal modo que, desde então, Los Angeles como que ganhou sentido para mim. Algum sentido. Mesmo as coisas que eu tinha adorado quando saí para ver o que interessa com Peter Sellars (o diretor de teatro e ópera de vanguarda, não o ator), quer dizer, as torres de Watts, uma igrejinha católica no bairro chicano, cheia de florezinhas cor-de-rosa na parede, a saída para o deserto de Joshua Tree (um dos lugares mais lindos onde já estive), um restaurante chinês em Downtown LA, mesmo então, nada se adensava numa cidade reconhecível. Com o Oscar, tudo se revelou surpreendentemente uno. Não sou muito fã da “Frida” de Julie. Não era um projeto dela: ela caiu ali de pára-quedas. Mas Salma Hayek é um amor total e o projeto era dela (houve uma disputa com Madonna, sei lá). Adorei Lila Downs. Ela tinha vindo ao Brasil para gravar a canção comigo aqui no Mega (onde estou agora mixando com Moreno, Pedro e Daniel). Ela é muito aplicada e canta muito bem. Eu estava na platéia, ao lado dela e de Paulinha, e alguns minutos antes de cantar alguém vinha nos chamar (e nossos lugares eram ocupados temporariamente por “aluguéis de bunda” ou “bundas de aluguel”: o teatro não pode aparecer na TV com nem uma só cadeira vazia). Fomos lá para os camarins, cantamos e voltamos para nossos assentos. Eu não dei muita importância ao fato de estar sendo visto por milhões de pessoas: eu não estava. Não era uma apresentação de algo meu, que me representasse. Fiz de bom grado, por amor a Julie (e a Eliot, marido dela, autor da música e trilheiro hollywoodiano), mas minha energia ficou mais voltada para observações antropológicas amadorísticas da vida em LA. Julie e Eliott são dos pouquíssimos americanos que mostraram entusiasmo com “A Foreign Sound”. Mas também eles foram ver o show (o que não aconteceu com os outros americanos interessantes que conheço): quando tinham só ouvido o disco não disseram nada. Ela e eu nos prometemos de vez em quando fazer alguma colaboração. Mas eu não me lembro da canção de “Frida”.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008



Sou contra cemitérios.

Desperdício de espaço, ode à nossa própria vaidade, ao nosso inconformismo perante o destino que nos une.

Pouco têm a ver os cemitérios, no final das contas, com os mortos; são, muito mais, uma prova 'viva' e macabra da nossa pequenez - através dos que já foram, alimentamos a ilusão de sermos eternos.

Deveria existir uma lei que obrigasse a que fossem cremados todos os mortos: os recentes, os atuais e os já enterrados.

Daí, se procederia à reurbanização das áreas dos cemitérios e se faria uma 'reforma agrária', distribuindo-se lotes para os (ainda) vivos, para os sem-teto, para os excluídos, para os desvalidos e abandonados.

E ainda se acabaria com essa obrigação mórbida, lúgubre e inútil, de se visitar os mortos. Há certamente formas mais saudáveis e apropriadas para homenagea-los, reverencia-los, ama-los.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Musas de Qualquer Estação


Nascida em Cleveland no dia 14 de agosto de 1966, Halle Berry foi cheerleader, foi Miss Ohio, foi modelo e foi figurante de séries de TV. Despertou a curiosidade de Hollywood ao viver uma viciada em crack no ótimo Jungle Fever, de Spike Lee, em 1991. Para o papel, viveu duas semanas com os homeless barra pesada de Nova York, sem tomar banho e repartindo com eles o que cada um coletava nos latões de lixo da cidade. Depois disso, foi sua beleza que chamou a atenção do público em Flintstones (de Brian Levant, 1994); mas o talento como atriz só foi reconhecido a partir do ano seguinte, quando co-estrelou com Jessica Lange o drama Losing Isaiah, de Stephen Gyllenhaal.

Em 1999, Halle Barry representou na TV americana a biografia de Dorothy Dandridge, primeira atriz negra a ser indicada para o Oscar de Melhor Atriz; e curiosamente, Halle foi a primeira negra a ganhar tal prêmio, em 2002, por sua atuação em Monster’s Ball (de Marc Forster). A partir disso, seu cachê aumentou, mas o mesmo não se pode dizer da qualidade dos filmes em que participou. Como destaques, refez a clássica cena bondiana, imortalizada por Ursula Andress (aquela, saindo do mar) em ‘Satânico Dr.No’, fez uns dois ou três X-Men e ainda, Catwoman, em 2004. O filme é péssimo, mas Halle Berry como Mulher-Gato é um arraso de sensualidade…


Halle Berry é diabética e surda de um ouvido (por conta de agressões sofridas de um antigo namorado, nos anos 90). Mas tem senso de humor: foi a única atriz que ganhou o Troféu Framboesa, de Pior Atuação do Ano (por Catwoman), e teve a a coragem de ir receber o prêmio. Em seu discurso de ‘agradecimento’, mandou essa: "Thank you and I hope to God I never see you guys again". Halle Berry está em seu terceiro casamento e acaba de dar à luz sua primeira filha, Nahla Ariela; desde então, mudou-se para o Canadá. Engajou-se ferrenhamente na campanha de Barack Obama à presidência e sobre o tema black, declarou o seguinte: “Negritude é um estado de alma e eu me identifico com a comunidade black. Principalmente porque percebi, desde muito cedo, que quando eu entro em qualquer lugar, as pessoas vêem uma mulher negra, com todos os estereótipos – para o bem e para o mal – que estão associados a essa imagem. E quando me olho no espelho, eu não vejo uma mulher branca, e sim uma negra. Isso apesar da minha mãe ser branca. Acho que a aceitação disso gerou orgulho; e esse orgulho tornou a minha vida menos difícil”.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Me engana que eu gosto

Ficou meio evidente no post abaixo... estou em Las Vegas, a trabalho. Incrível o visual do deserto, naquelas fotos abaixo, feitas antes do pouso né? Mas aqui é aquele negócio: o supra-sumo do desperdício irresponsável que marca, de maneira geral, essa cultura; o templo do fake e da cafonice americana.


Esse céu maravilhoso, por exemplo, em cima dessa linda praça, é um efeito cenográfico. É mesmo um impressionante trabalho de iluminação e ambientação; nunca vi nada igual.

Na praça (que fica dentro do hotel onde estou!), é sempre dia, são sempre 5 e meia da tarde.

E tenta ser, vejam só... uma reprodução de Veneza! Em dois dias, nos poucos momentos que tive pra ir até essa praça, já vi nada menos do que oito pares de recém-casados (vestidos de noiva, buquês, etc) passeando de gôndola. Very funny...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Dica da Semana



Sensacional novo blog do Gabriel, já devidamente linkado aí ao lado. Segundo a definição dele, "Afroências é um espaço onde se fala de tudo: música, futebol, política, filmes, tudo. Só que é tudo de um ponto de vista negrão. Então, a política é black; a música é black; é tudo black. Não à toa, o pano de fundo é preto e azul - black and blue"

E mais: é super high-tech! Quem sabe um dia ele me ensine a transformar esse humilde 'Quasepouco...' em um espaço 'muderno', com as traquitanas que ele conhece tão bem. Mas o que vale mesmo é o conteúdo; e isso, o garoto tem de sobra. Vão lá conferir: tem James Brown (praticamente) inédito, entrevista com Luiz Melodia, uma bela homenagem à Miriam Makeba e por aí afora!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Cartuns

Adão Iturrusgarai tem se destacado como cartunista na Folha de S.Paulo. Depois das deliciosas aventuras da Aline, o cara inventou um personagem muito bem sacado: o Homem-Legenda! A gente sente que o personagem ainda vai evoluir, mas seu potencial é imenso. Vejam só:

Aqui, em versão 'historinha-com-começo-meio-e-fim', outra ótima do Adão:

E pra terminar e só pra não perder o costume de louvar o mestre, o sensacional 'Bóris, o homem-tronco', inesquecível criação do Jaguar:

domingo, 9 de novembro de 2008

Túnel do Tempo

Jornal da Tarde, 22 de fevereiro de 1991:



Clones do Rock em busca da fama. Pelo caminho mais curto

Todas as semelhanças não são meras coincidências. É isso o que vale para boa parte do rock brasileiro - a imagem 'emprestada' de algum ídolo estrangeiro muitas vezes conta mais do que a própria música. Há 20 ou 30 anos, tudo o que se queria era chegar perto da matriz através do som; hoje, na era do videoclip, o que conta mesmo é o visual. De Sérgio Murilo aos Mutantes, o que se fazia era ouvir à exaustão os discos de Elvis ou dos Beatles para depois tentar alcançar, com os parcos recursos tecnológicos da época, a sonoridade moderna que eles traziam. Com a defasagem técnica reduzida pelos samplers e computadores - capazes de reproduzir o mesmo som em Nova York ou no interior do Piauí -, uma associação visual com tipos já consagrados pode ser o caminho mais rápido para o sucesso. Essa associação às vezes é sugerida por um simples gesto ou atitude; em outras é perseguida nos mínimos detalhes. Se os artistas são meros bonecos nas mãos de poderosos esquemas de marketing - ou se deliberadamente buscam essa aproximação com os modelos estrangeiros, é uma questão que varia de caso para caso. Mas a verdade é que as coverfaces que vemos abaixo tornam ingênuos os tempos em que Silvio Brito sonhava ser confundido nas ruas com John Lennon, e Eduardo Araújo, ao olhar para os espelho todas as manhãs pensava, por alguns segundos, estar vendo o guitarrista Carlos Santana.




sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Aula de Ética


O 'professor'Vanderlei Luxemburgo se supera a cada momento. Nesta quarta-feira, mandou o time reserva do Palmeiras pra Buenos Aires, enfrentar o Argentinos Jrs. pela Copa Sul-Americana; ao mesmo tempo, atuou como comentarista na transmissão ao vivo que a TV Globo fez da partida. Antes do jogo começar, disse que o SEU time tinha todas condições de vencer, já que ELE havia preparado muito bem a equipe, já que ELE tinha orientado seu assistente Nei (pra quem sobrou o rojão de dirigir o time lá no campo) sobre o que fazer, sobre a tática, a função de cada jogador, etc. Depois de 20 minutos, quando o Palmeiras já levava um verdadeiro 'chocolate' dos hermanos (2 a zero, bola na trave e o escambau), o Luxa me sai com essa: 'A responsabilidade é toda do Nei, que está lá; eu, daqui, não posso fazer nada'. Impressionante...

Na Folha de hoje, o Xico Sá comenta o assunto:

"... você liga a tevê, ali em uma quarta sem grandes atrações ludopédicas, e vê o treinador de sua equipe como comentarista de um jogo também do seu time... sim, amigo, que lição de envolvimento com os atletas que viajaram, que aula de compromisso passional com o clube, não acha? Enfim, que belo exemplo!, como disse o Sócrates no programa 'Cartão Verde'. Fica uma dúvida, posta à sombra moral de quem não escreve certezas absolutas, mas tem o direito à desconfiança inata do bicho homem que pensa: o técnico não seguiu com o time para ficar concentrado no Brasileiro ou fez opção pelo convite ao palco iluminado da Globo? Não que ele precise de tal expediente, afinal é o favorito e já pisa no chão de estrelas, é 'o bom', como na autodefinição preferida, noves fora a tentação pecaminosa da soberba... é amigo, o que seria uma modorrenta noite de futebol, acabou, por causa do técnico comentarista, tendo a sua graça".

quinta-feira, 6 de novembro de 2008


“A última vez que estive em Alcochete, aqui só havia burros” – José Saramago, ao comparecer à estréia de 'Ensaio sobre a Cegueira’ em sua cidade natal, onde antigamente os tropeiros costumavam parar para alimentar os burros de carga.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A mão da limpeza


O Quênia está em festa: Barack Obama é o novo presidente dos Estados Unidos. Foi naquele país do Leste africano que nasceu o pai de Obama; e lá vivem sua avó paterna e alguns de seus tios e primos. No vilarejo de Kogelo, no noroeste do Quênia, sem asfalto nem água encanada, vive sozinha a Mamah Sarah – 86 anos, avó de Obama. Há dois anos, ela recebeu em sua casa a visita do neto famoso; desde então, quase diariamente recebe jornalistas, políticos e todo tipo de gente com os mais esdrúxulos pedidos. E há pouco tempo, uma agência de turismo lançou um pacote turístico que inclui uma visita ao vilarejo. Fico imaginando a enorme expectativa dos africanos em geral, na esperança de que Obama altere as relações entre EUA e África: o fim dos subsídios agrícolas, o perdão de dívidas, polpudos investimentos em saúde, educação, saneamento básico... É muita coisa, é um peso enorme nas costas do novo presidente da superpotência. E isso, falando só de África...

Mas a simples eleição, para a presidência dos EUA, de um negro que tem o apoio dos americanos esclarecidos (sim, eles existem) e a boa vontade da comunidade internacional, é um fato que alegra, que dá esperança. Destaco alguns trechos de entrevista publicada na Folha de ontem, com o cineasta Spike Lee. Seu filme mais recente, “Milagre em Santana” (que deve estrear no Brasil só em fevereiro), conta a até hoje inédita história da participação dos soldados americanos negros na Segunda Guerra Mundial:

“Os negros que se alistaram para lutar pelo seu país em 1944 encontraram as forças armadas americanas completamente segregadas. Linchamentos ainda eram comuns. Eles eram considerados cidadãos de segunda classe... conheci vários veteranos do 92º. Batalhão de Infantaria. São heróis americanos, que tinham todos os motivos para serem mais amargos pela maneira com que os EUA os trataram, mas que estão felicíssimos porque jamais imaginaram que um dia poderiam votar em Barack Obama para a presidência desta república que é deles também. Há para eles, mais do que nunca, a certeza de que todos os sacrifícios que fizeram, fazem todo o sentido... e eu mesmo cresci no Brooklyn vendo filmes de guerra; e tudo o que via era John Wayne. Só soube dos Buffalo Soldiers porque meu pai e meus irmãos ouviam e contavam histórias de motoristas de caminhão que haviam sido voluntários negros da 2ª. Guerra e foram escolhidos para transportar munição até Berlim, dirigindo à noite, sem luz, escondidos, para ajudar na derrocada final de Hitler. Ninguém sabe disso. E outro fato que poucos sabem é que boa parte dos alemães capturados foi mandada para o sul dos EUA, onde dividiram espaço com soldados negros. Agora, pense nesses jovens negros que se alistaram e eram treinados pra matar nazistas e depois, em sua terra, viam os brancos alemães recebendo mehor comida, tratamento médico e alojamento do que eles; sendo bem recebidos em lanchonetes de Louisianna onde os negros tinham lugares específicos para se sentar”.

Pois é... e além de toda a expectativa mundial, Barack Obama recebe a ‘herança maldita’ do governo Bush, avaliado por muitos como o pior de toda a história dos Estados Unidos. O trabalho de limpeza ali não vai ser fácil. Mas isso não é novidade para os negros:

“O branco inventou que o negro quando não suja na entrada, vai sujar na saída...que mentira danada.... Na verdade a mão escrava passava a vida limpando o que o branco sujava. Êta branco sujão!” – G.Gil

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A cara do Brasil


Não gosto de automobilismo, essa coisa que muita gente chama de esporte... não assisto a corridas de Fórmula 1 desde aquela em que o Senna se arrebentou no muro; e das outras modalidades, tipo Indy, Moto, etc, não chego nem perto. Acho tudo uma estupidez. E pra falar a verdade, não gosto nem mesmo de dirigir; meu interesse por carros é próximo do zero. Mas, sinceramente, gostei que o tal do Hamilton foi campeão mundial; me parece um cara simpático e ‘do bem’. E ainda evitou (ou ao menos adiou) o ufanismo insuportável da Globo em cima de uma possível vitória do Mauricinho Massa. E o pai do cara chama Titônio?? É isso mesmo??

Mas bacana mesmo foi a vitória (aliás, a segunda) do Marílson na Maratona de Nova York. Esse sim, um sujeito que tem a cara do Brasil e que disputa um esporte na verdadeira acepção da palavra - onde o que vale são suas pernas, sua cabeça, seu esforço solitário, sua determinação.