domingo, 9 de novembro de 2008

Túnel do Tempo

Jornal da Tarde, 22 de fevereiro de 1991:



Clones do Rock em busca da fama. Pelo caminho mais curto

Todas as semelhanças não são meras coincidências. É isso o que vale para boa parte do rock brasileiro - a imagem 'emprestada' de algum ídolo estrangeiro muitas vezes conta mais do que a própria música. Há 20 ou 30 anos, tudo o que se queria era chegar perto da matriz através do som; hoje, na era do videoclip, o que conta mesmo é o visual. De Sérgio Murilo aos Mutantes, o que se fazia era ouvir à exaustão os discos de Elvis ou dos Beatles para depois tentar alcançar, com os parcos recursos tecnológicos da época, a sonoridade moderna que eles traziam. Com a defasagem técnica reduzida pelos samplers e computadores - capazes de reproduzir o mesmo som em Nova York ou no interior do Piauí -, uma associação visual com tipos já consagrados pode ser o caminho mais rápido para o sucesso. Essa associação às vezes é sugerida por um simples gesto ou atitude; em outras é perseguida nos mínimos detalhes. Se os artistas são meros bonecos nas mãos de poderosos esquemas de marketing - ou se deliberadamente buscam essa aproximação com os modelos estrangeiros, é uma questão que varia de caso para caso. Mas a verdade é que as coverfaces que vemos abaixo tornam ingênuos os tempos em que Silvio Brito sonhava ser confundido nas ruas com John Lennon, e Eduardo Araújo, ao olhar para os espelho todas as manhãs pensava, por alguns segundos, estar vendo o guitarrista Carlos Santana.




19 comentários:

anna disse...

parece coisa de programa de auditório.

qtos foram os clones do michel jackson? quantos travecos de lisa minelli?

p.s. essa matéria é sua?

Neil Son disse...

sim, anna, a matéria é minha, da 'era do videoclip', hehe...

Anônimo disse...

A clonagem é antiga,nem só no rock,nem só de estrangeiros,e entre
estrangeiros.
Ricky Nelson/Elvis Presley
Agostinho dos Santos /Almir Ribeiro
Jõao Dias/Francisco Alves
Paulo Sergio/Roberto Carlos
Roberto Ribeiro/Simonal
Brooker Pittman/Louis Armstrong
Claudia/Elis Regina
Enfim,sua matéria provoca mergulhos em nossa memória musical.
O povo nunca se preocupou com o ôvo ou a galinha.O clone sempre foi,é,e será embrião.

Günther.

Anônimo disse...

Nada
se cria,
tudo
se copia.
( ok, muitos desenvolvem )

Original talvez só quem inventou o alfabeto. Aliás, um analfabeto.

E também a criação do universo.
(depois de MartaxKassab e futebol, a discussão que faltava, religião. Vamos lá Sr. Neil, aguardamos um texto explosivo sobre a falsidade das religiões ou, ningém é perfeito ... a confissão de simpatia pelo Pde Marcelo e afins )

Neil Son disse...

sim gunther, mas a novidade na época (inicio dos anos 90) é que o surgimento da MTV e a instituição dos videoclips fez com que a imagem ganhasse um peso até então inédito. por isso, a matéria.

Neil Son disse...

religião peri?? aiaiai... essa é realmente uma cumbuca onde tenho até medo de colocar minha mão pesada. corro o risco de arrasar quarteirões, perder leitores e ser definitivamente condenado ao fogo do pior dos infernos...

Márcia W. disse...

E eu, Neil que (acho) que mais velota que vocês aqui, da era pré-visual, nunca consegui cantar A hard day´s night porque conheci primeiro na versão dos Golden Boys: "Noite fria, chuva fina, e ela a esperar, condução pra ir embora, porém sem encontrar...."
Blogar sobre religião, concordo que seja papo para profissa ou iniciantes muito intrépidos.
((Rapá, foi só falar nisto que deu uma ingresia no blogger que não quer subir meu comentário...))

Neil Son disse...

marcia: o primeiro disco que ganhei na vida foi o 'help', dos beatles!

anna disse...

o supla dava de 10 no gringo oxigenado.
pelo menos no quesito "barriga tanquinho.

Neil Son disse...

anna, mais importante que o tanquinho, é a torneira.

Anônimo disse...

e o ralo, neil?

Anônimo disse...

Por mim ,dava era uma descarga no Supla.
Günther.

Ricardo Soares disse...

sobre obama : tem resposta pra vc em forma de post !!!
saludos
ricardo

Márcia W. disse...

Neil,
torneira é ótimo, eu achava que era periscópio...
O Help foi incrível, lembro da gente, criança, ficar imitando e tenetando aprender (sem google) aquela linguagem. Mas quando o filme apareceu foi mesmo uma loucura!

Neil Son disse...

o ralo é mais embaixo, guga. e isso é questão de gosto (dos outros, não meu...)

Neil Son disse...

já comentei lá, ricardo!

Neil Son disse...

marcia, o filme help, me lembro, assisto umas 12 vezes, no cine vila rica da av.santo amaro.

Patty Diphusa disse...

Nossa, essa matéria precisa ser refeita mostrando o que acontece agora.
Olha, o Renato Russo se mandou senão teria dado de dez a zero no Morrisey com o tempo.

bjs

Neil Son disse...

pra te falar a verdade, patty, nunca gostei nem do russo e nem do morissey...