
Começou há muito tempo, como obrigação auto-imposta.
Depois, virou prazer.
Por fim, um hábito arraigado.
Hoje, um pouco disso tudo.
Falo do costume de ler, na íntegra, ao menos um jornal, todos os dias.
Comentário rápido:
Parece algo banal, mas todos os dias me espanto com o número de pessoas que, constato, não lê jornal. Eventualmente, acompanham o noticiário rápido, falho e superficial da Internet, assistem à baboseira espetaculosa e diversionista do Jornal Nacional e se dão por satisfeitas. E estou falando de pessoas que encontro e encontrei no decorrer da minha vida profissional. Vivida, na sua maior parte, em empresas 'de comunicação'!Bem... da minha parte, acompanho eventualmente no decorrer do dia as notícias online, mas não abro mão do velho e bom jornal ‘físico’ que chega todas as manhãs na porta de casa.
Desenvolvi uma técnica:
- Primeira página, leio-a toda.
- De todas as matérias, leio o primeiro parágrafo (no jargão jornalístico, lead) e o último.
- Completada essa fase, volto ao início das páginas para ler na íntegra as matérias que mais me interessaram. Dependendo do tempo disponível, faço isso de imediato ou no decorrer do dia.
- Última regra auto-imposta: procuro fazer isso no mesmo dia. Jornal do dia anterior é mesmo para embrulhar peixe (ou no meu caso, bosta de cachorro).
O interessante é notar que, dessas minhas leituras, acima do em geral deprimente noticiário do dia-a-dia, o que cada vez mais me chama especialmente a atenção são as noticias e frases inusitadas ou aparentemente menos importantes - já que em sua maior parte, são relegadas pelos editores a um desprestigioso pé de página.
Como por exemplo, a noticia abaixo:
“O InCor está selecionando homens entre 50 e 75 anos que bebam meia taça de vinho tinto de quatro a cinco vezes por semana e abstêmios, para uma pesquisa sobre os efeitos positivos da bebida no proceso de envelhecimento. A maior dificuldade dos médicos está sendo encontrar abstêmios”