quinta-feira, 9 de julho de 2009

Aula de sutileza

'Cinema Falado', filme dirigido por Caetano Veloso em 1986, é verborrágico como seu autor e reúne algumas cenas ótimas e muitas outras, cuja chatice beira o insuportável. Mas tem participações muito boas - como a de Regina Casé numa hilariante imitação de Fidel Castro - e essa aí embaixo, que traz Rodrigo, um dos irmãos do diretor, mostrando como se dança o samba típico do Recôncavo baiano, embalado pela ESPETACULAR interpretação de João Gilberto para 'Águas de Março'. E no trecho abaixo, há ainda a presença luminosa de D.Edith do Prato, que morreu no ano passado e que havia aparecido pela primeira vez no antológico 'Araçá Azul', de Caetano.

10 comentários:

anna disse...

bunitinho demais!

que inveja!

jayme disse...

Madonna mia! Não vi o filme, li a respeito na época, o que foi suficiente para me deixar fora do cinema. Mas não imaginei que chegasse a isso: quase quatro minutos do irmão dançando, terminando com passinhos sob as águas (de março?!?). É de chorar no cantinho! É uma ego-trip sem nenhum senso de ridículo, sem nenhuma elaboração estética. É igualzinho a ver o álbum da prima com as fotos da última viagem que ela, marido e filhos de aparelho nos dentes fizeram a Buenos Aires e Bariloche. Adoro João Gilberto, adoro sua interpretação de Águas de Março, adoro muitas das canções de Caetano Veloso, mas essa cena, convenhamos, dá vergonha alheia do tipo espasmódico!

Anônimo disse...

nossa! o filme é chato mesmo, mas esses quase quatro minutos do irmão dançando são lindos!!! poucas coisas fazem a gente sorrir numa segunda feira fria, de manhã, no trabalho. esse samba no pé, o famoso "miudinho" baiano é demais. e uma vez eu participei de uma roda de samba em salvador, só com essas nega véia, inclusive a dona edith do prato. que coisa linda!
beijos, Luisa.

Neil Son disse...

nossa jayme, que comentário estranho para alguém com a sua sensibilidade (em especial para com as 'coisas da bahia'). vade retro! saia desse corpo que não te pertence!

Arnaldo Heredia Gomes disse...

Na época, achei o filme chato demais. O que ficou em minha memória, de forma positiva foi justamente esta cena. Acho que foi só isso que eu gostei no filme.

Neil Son disse...

é verdade luisa, a sutileza da dança e a 'alegria tranquila' do intérprete tem o poder de nos despertar um agradável sentimento de bem estar, não é mesmo?

Neil Son disse...

arnaldo: não vi o filme na época do lançamento. recentemente, assisti em DVD. e realmente, é muito chato, pernóstico, 'cabeção' e constrangedoramente amador, no pior sentido do termo. mas tem essa cena, tem aquela outra citada da regina casé, e mais uma ou duas coisas interessantes. daria um ótimo curta de 15 minutos, talvez.

googala.opsblog.org disse...

nem lembrava que ele se estrumbicou no cinema tb. Bastava o livro.
Canta, caê, canta.

Márcia W. disse...

Neil,
o que é esata edição ?!?

jayme disse...

Marcio, não há sensibilidade que resista a tamanha ego trip. Na boa: Águas de Março com a chuvinha no fim? Quintal da casa de mamãe para registrar o mano sambando? O que é isso? É trabalho de colégio, pelamor! Já disse, adoro João Gilberto, adoro as canções de Caetano Veloso, mas também adoro cinema. Isso não é cinema, é ego trip tamanho família ou family trip tamanho ego. É mal fotografado, mal sonorizado, conta apenas com a figura simpática de Rodrigo Veloso (é ele?) tentando salvar alguma coisa. Sou muito mais exigente do que isso. Se era para registrar dona Edith, que o fizesse com mais contexto (ou a casa de dona Canô é o contexto?), se é para documentar o samba da Bahia, que ao menos deixe a casa de mamãe para depois. Será preguiça ou a casa de mamãe tem uma importância que eu não saberia avaliar? Ou a genialidade dispensa elaboração? Não, não, isso parece muito com aquela cena do Caetano, em uma entrevista no Canal Livre, explicando como lavava louça. Vergonha alheia, vergonha alheia.