terça-feira, 8 de setembro de 2009

Reflexões...


Parece incrível, mas nessa sexta-feira já se completam oito anos do histórico atentado que derrubou as emblemáticas Twin Towers de Nova York. Foi um acontecimento e tanto... me lembro que assisti 'ao vivo', pela TV, ao segundo avião que entrou no segundo prédio e ao inacreditável desmoronamento das duas torres. Lamento pelas muitas vidas inocentes perdidas, mas dos pontos de vista imagético, simbólico e psicológico, tratou-se de um verdadeiro golpe de mestre do até então quase desconhecido Osama Bin Laden. Um atentado espetacular, sem dúvida. Tão sensacional que não foi imaginado nem pelos produtores e diretores hollywoodianos; e mais do que isso, todo o decantado sistema de informação e de defesa dos EUA, foi desmoralizado em questão de minutos. O atentado chocou o mundo ocidental e gerou uma nuvem de medo e revolta, principalemente entre norte-americanos e europeus. O clima ideal para Bush e seus asseclas promoverem a lamentável e equivocada 'guerra contra o terror'. O momento seguinte ao atentado era de solidariedade aos EUA; mas a 'genialidade' de Bush cuidou para que isso fosse revertido rapidamente.

O tempo passou. Saddam caiu, fugiu, foi encontrado e enforcado - em pavoroso espetáculo midiático -, o Afeganistão foi também invadido, Guantánamo 'floresceu', o governo Bush começou a fazer água por todos os lados, Bin Laden jamais foi encontrado e surgiu o inesperado fenômeno Barack Obama, finalmente eleito presidente dos EUA. E nunca o termo 'herança maldita' foi tão verdadeiro: ocupação americana cheia de problemas no Iraque e no Afeganistão, o insolúvel conflito Israel/Palestina, a maior crise financeira da história, Irã e Coréia do Norte incomodando muito... Torço para que Obama consiga se sair bem no meio desse caos todo, mas é difícil. Principalmente porque as viúvas de Bush, os armamentistas, os fundamentalistas religiosos e os conservadores em geral já se mobilizam em uma ridícula, porém eficiente, campanha de difamação e desmoralização contra Obama.

Uma coisa parece certa: estamos mesmo assistindo a lenta porém inexorável queda do Império Americano. Esse é o lado bom de tudo isso. É claro que não será hoje nem amanhã, mas a onipotência norte-americana que assistimos (e da qual fomos vítimas) nas últimas décadas, perde espaço a cada dia. E é muito bom ter, nesse momento delicado, um sujeito como Barack Obama na Casa Branca.

PS: Fiz essa foto das Twin Towers há muito tempo, desde a Ellis Island (aquela, da Estátua da Liberdade).

17 comentários:

peri s.c. disse...

Que o Império despenque, mas com o vento na direção certa, pro lado de lá, não pro de cá.

Patty Diphusa disse...

Em algum lugar eu tenho uma revista com uma propaganda da United Airlines que preciso escanear. Um avião se aproxima das duas torres e a chamada é "A United te leva onde você desejar", algo assim. Nada tão profético nos últimos tempos.

Agora, sinceramente, já vi tanto sinais de declínio do império americano que começo a duvidar. O império sempre contra ataca. E agora, o que vai derrubá-lo, chineses? Internautas? George Lucas?Sei lá, mil coisas.

Bjs

Anônimo disse...

falando em propaganda olha o comercial que a DM9 fez sem autorização do cliente só para inscreve-lo em festivais por ai: http://www.youtube.com/watch?v=nCXEpdF53v8
agora olha a repercussão:
http://www.youtube.com/watch?v=7YVD7RXqNwI&feature=fvw
parangolé.

anna disse...

um dia a casa cai. todos os impérios cairam.
entretanto, creio, que o processo mundial não nos levará a um novo império, de um só país.
creio que caminhamos para um poder globalizado, em todos os sentidos, além do financeiro.
o mundo sob nova e única direção.

anna disse...

ó só um quero-quero dos e.u.a. em destaque.

Sibila disse...

Oi Neil,
vc falou de manipulação de setores conservadores dos EUA no sentido de alimentar essa relação "imperial" n.americano com o mundo. Por quê será que cola tanto na chamada opinião pública? De um lado acho que é por falta de identificação da - diversificada entre si - "maioria" com determinados modos de se fazer política. Tenho a impressão que cotidianamente estes fazem política mais no sentido da solidariedade e do diálogo, e não da imposição. Mas mais informalmente também.
De outro, acho que há setores completamente descompromissados com o que quer que seja. Um tipo ideal weberiano "nós bem-sucedidos, charmosos e inteligentes" tamos pouco aí pro resto. Ou melhor, só nos preocupamos com possíveis invasores de nosso doce lar...
Weber ou Marx?
Beijos

Neil Son disse...

peri: vc reparou que nas torres cairam sobre elas mesmas? foi outro 'detalhe' que me surpreendeu.

Neil Son disse...

patty: os maiores adversarios dos EUA são os próprios norte-americanos. vide bushinho...

peri s.c. disse...

Neil
A estrutura entrou em colapso por dentro.
Mau planejamento, o consultor de efeitos especiais dos alucinados não era lá essas coisas, o melhor efeito seriam elas caindo para os lados, arrasando quarteirões.

Anônimo disse...

Neil:

Cabe reflexões.
Somados o pânico americano ao fato da "busca pela paz mundial" e à paranóia atual vigente(na foto eu não vi gente),após a foto postada,retiraram a gaivota,desconfiando que fôsse uma pomba-relógio disfarçada.

Abraços

Günther.

Neil Son disse...

esse comercial é incrível, paranga! será que foi falta de noção, ironia ou pura incompetência mesmo?

Neil Son disse...

sim anna, a era dos impérios acabou, eu acho...

Neil Son disse...

anna: quero-quero nos EUA é want-want.

Neil Son disse...

peri: pra mim, a (outra) grande surpresa naquele dia foi a queda das torres. não imaginei que elas desabariam...

Neil Son disse...

weber ou marx, sibila? prefiro carlos zéfiro.

Neil Son disse...

pomba-relógio à espreita, gunther! chamem a cia, o fbi, a swat!!

Neil Son disse...

aliás, nem pomba, nem quero-quero e nem gaivota. trata-se de um albatrós.