Começou há muito tempo, como obrigação auto-imposta.
Depois, virou prazer.
Por fim, um hábito arraigado.
Hoje, um pouco disso tudo.
Falo do costume de ler, na íntegra, ao menos um jornal, todos os dias.
Comentário rápido:
Parece algo banal, mas todos os dias me espanto com o número de pessoas que, constato, não lê jornal. Eventualmente, acompanham o noticiário rápido, falho e superficial da Internet, assistem à baboseira espetaculosa e diversionista do Jornal Nacional e se dão por satisfeitas. E estou falando de pessoas que encontro e encontrei no decorrer da minha vida profissional. Vivida, na sua maior parte, em empresas 'de comunicação'!
Bem... da minha parte, acompanho eventualmente no decorrer do dia as notícias online, mas não abro mão do velho e bom jornal ‘físico’ que chega todas as manhãs na porta de casa.
Desenvolvi uma técnica:
- Primeira página, leio-a toda.
- De todas as matérias, leio o primeiro parágrafo (no jargão jornalístico, lead) e o último.
- Completada essa fase, volto ao início das páginas para ler na íntegra as matérias que mais me interessaram. Dependendo do tempo disponível, faço isso de imediato ou no decorrer do dia.
- Última regra auto-imposta: procuro fazer isso no mesmo dia. Jornal do dia anterior é mesmo para embrulhar peixe (ou no meu caso, bosta de cachorro).
O interessante é notar que, dessas minhas leituras, acima do em geral deprimente noticiário do dia-a-dia, o que cada vez mais me chama especialmente a atenção são as noticias e frases inusitadas ou aparentemente menos importantes - já que em sua maior parte, são relegadas pelos editores a um desprestigioso pé de página.
Como por exemplo, a noticia abaixo:
“O InCor está selecionando homens entre 50 e 75 anos que bebam meia taça de vinho tinto de quatro a cinco vezes por semana e abstêmios, para uma pesquisa sobre os efeitos positivos da bebida no proceso de envelhecimento. A maior dificuldade dos médicos está sendo encontrar abstêmios”
14 comentários:
Lembra quando líamos 2 jornais, o outro semanal, aquele tal de Pasquim ?
abstêmio, leitor de jornal, engraxate, barbeiro, costureira, casamento estável, alfac fresca no super, feira de rua, portas abertas das casas, prédios sem grades, praças sem grades, e tantas outras coisas estão em total extinção.
hoje, por coincidência com o assunto, recebi junto com a fsp, num mesmo saco plástico, o estadão.
estranha concorrência não? como o curintxa e o palmeiras contra o morumbi.
Concordo discordando: era muito bacana ler jornais, uma alegria ler os suplementos culturais no finde, mas de uns tempos (década?) prá cá, os jornais andam caidaços.
Anna
E eu recebi com o Estado ... a Folha . What merde is that ?
coisa eslanha, peri's. tem alguma armação conspiratória.
amanhã não abra o jornal nem saia de casa.
peri,o pasquim era semanal ou quinzenal?
hahaha anna, e agora, todos contra os 'meninos da vila'!
tens razão, marcia. mesmo assim, acho uma delicia tomar café da manhã lendo o jornal do dia.
estranha mesmo essa 'estratégia de marketing' dos dois jornalões. não consegui entender. mas tem uma pessoa que pode explicar, anna: o nosso amigo rico!!
Neil
- Pasquim era semanal, saia toda terça, estivesse ou não a equipe "gripada".
- Essa troca de jornais deve ser mais uma daquelas esquistas " ações de marketing ". Provavelmente de anunciantes.
Hoje gostei mais ainda dessa complementação jornalística, a Folha veio com o " Gibi do Glauco", uma beleza póstuma para guardar.
gente, o saco plastico que vieram os jornais + aquele encarte chato no 1º caderno eram do santander, ou seja "juntos...", como falam na propriaganda.
então é isso: juntos!!!!!
e nois como ficamos frente esses bancos com lucros multiplicados trimestralmente e essa mídia impressa sem sabor?
ai meus sais...
mandei meu currículo de abstemiedade, mas eles não querem pagar nada.
Nem uma cervejinha, porra!
o peri matou a cobra e a anna mostrou o pau! no bom sentido, é lógico... é ação de anunciantes, claro. e do santander, que acabou de lançar o mote 'juntos'. aêêê!
hahaha, sensacional o seu comentário, guga!!
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