
Selecionei uma resposta que ele deu em 2003, parte de entrevista sensacional publicada pelo jorrnal carioca Bafafá, que é distribuído de graça na Zona Sul e no Centro do Rio e que possui também uma versão online (http://www.bafafa.com.br/). E mais abaixo, trecho da coluna mais recente de Jaguar no O Dia. Não julgo ninguém; muito menos os Mestres como ele. Apenas registro, fico alegre, fico triste, aprendo e desaprendo.
PS: esse post é também uma homenagem ao Peri do Armazém Peri S.C. (http://armazemperisc.blogspot.com/), amigo que compartilha da admiração pelo Jaguar e que já publicou impagáveis cartuns do nosso Mestre. Mas vamos a ele:
2003:
Você escreveu “Confesso que bebi”. Não bebe mais?
PS: esse post é também uma homenagem ao Peri do Armazém Peri S.C. (http://armazemperisc.blogspot.com/), amigo que compartilha da admiração pelo Jaguar e que já publicou impagáveis cartuns do nosso Mestre. Mas vamos a ele:
2003:
Você escreveu “Confesso que bebi”. Não bebe mais?
- Eu não bebo mais? (risos). Tenho um amigo que teve uma crise de depressão e ligou para a psiquiatra avisando que ia sair comigo, para saber o que ela achava. Ela respondeu: “Já sei que você está perguntando se pode beber” (risos). Já tenho amigos que pararam de beber e que me evitam, porque sabem que eu bebo e bebo mesmo. E por que isso? Primeiro, porque eu gosto de ficar bêbado (risos). Segundo, porque sou mais inteligente bêbado do que sóbrio, e terceiro porque eu não tenho ressaca, sou privilegiado. Bebo todas as bebidas, desde que não seja doce. Eu tenho garrafas de whisky em quase todos os lugares. Eu compro a garrafa, levo uma porrada, pois pago R$ 70, R$ 80. Mas no dia seguinte, eu tenho a impressão de que estou bebendo de graça (risos). Normalmente começo tomando Steinheger, passo para o chope e quando ele começa a ficar com aquele gosto enjoativo, entro no whisky puro sem gelo – acho um absurdo misturar uma bebida feita com tanto capricho com água brasileira. Depois, pra terminar peço um cafezinho e arremato com um Underberg, que é o melhor remédio
2008:
A Volta do Boêmio
O boêmio voltou novamente. Meio devagar, mas voltou. Depois de 90 dias a seco, resolvi dar alta aos médicos que me proibiram de beber desde o piripapo vascular cerebral que me acometeu. Por que? Porque continuava com as juntas enferrujadas, dores nas pernas, pés inchados. Decidi parar de ingerir cerveja sem álcool e de dar voltas no poste para me sentir tonto. Voltei a beber cerveja com álcool (sem álcool a gente ingere, com álcool bebemos). Destilados, nem pensar. Coisa pouca, 10 latinhas, o que dá 3,5 litros diários. O resultado? Continuei com juntas enferrujadas, dores nas pernas, pés inchados, mas menos deprê, voltando ao alegre convívio no bar, meu segundo lar.
Por falar em 3,5 litros, andei fazendo umas contas durante os dias intermináveis de abstinência obrigatória.. Bebo desde os 16 anos, o que soma 60 anos de birita. Nos primeiros 10 anos, bebi moderadamente. Como hoje, uns 3,5 litros por dia. Dos 26 aos 75, enfiei o pé na jaca, na base de oito litros por dia. Confiram: dá 150.960 litros de cerveja em 60 anos. Bebi ao longo desses últimos 60 anos, 154 caminhões-pipa de 1.000 litros cada. Isso sem falar nos destilados, cachaça, whisky, steinheger, underberg e outros menos votados. Não se preocupe: temporão, parei de dirigir.
2008:
A Volta do Boêmio
O boêmio voltou novamente. Meio devagar, mas voltou. Depois de 90 dias a seco, resolvi dar alta aos médicos que me proibiram de beber desde o piripapo vascular cerebral que me acometeu. Por que? Porque continuava com as juntas enferrujadas, dores nas pernas, pés inchados. Decidi parar de ingerir cerveja sem álcool e de dar voltas no poste para me sentir tonto. Voltei a beber cerveja com álcool (sem álcool a gente ingere, com álcool bebemos). Destilados, nem pensar. Coisa pouca, 10 latinhas, o que dá 3,5 litros diários. O resultado? Continuei com juntas enferrujadas, dores nas pernas, pés inchados, mas menos deprê, voltando ao alegre convívio no bar, meu segundo lar.
Por falar em 3,5 litros, andei fazendo umas contas durante os dias intermináveis de abstinência obrigatória.. Bebo desde os 16 anos, o que soma 60 anos de birita. Nos primeiros 10 anos, bebi moderadamente. Como hoje, uns 3,5 litros por dia. Dos 26 aos 75, enfiei o pé na jaca, na base de oito litros por dia. Confiram: dá 150.960 litros de cerveja em 60 anos. Bebi ao longo desses últimos 60 anos, 154 caminhões-pipa de 1.000 litros cada. Isso sem falar nos destilados, cachaça, whisky, steinheger, underberg e outros menos votados. Não se preocupe: temporão, parei de dirigir.
20 comentários:
Jaguar, grande figura!
A ciência devia estudar o fígado de caras como ele...
fantástico. minha avó, depois do segundo derrame, passou por uns 8 médicos diferentes até achar quem a autorizasse a manguaçar novamente. adoro gente assim, esclarecida.
beijos, neil.
sem dúvida, careca!´pode virar 'case' nas principais faculdades de medicina do mundo. olhaí, de novo, essa gente bronzeada mostrando seu valor!
carol: lembra aquela velhinha de 120 anos, baixinha lá do interior de minas? perguntaram qual era o segredo da longevidade e ela: 'um torresminho e umas cachacinhas, todo dia'.
Uau..fazendo essas contas dá até medo. É isso, continua com as dores mas curou a depressão. E vai carregar muitos outros caminhões-pipa. Por falar nisso, cerveja está de pé?
Adorei a comparação dos textos.
bjs
patty, se eu chegar aos 76 e ainda conseguir tomar 3,5 litros de cerveja por dia, vai ser óóótimo!!!
Neil
Obrigado pela citação-homenagem, quem a merece é o Jaguar.
Aproveitando a deixa do teu post, completo a homenagem, numa " blog-connection", com um post com dois cartuns do irriquieto cartunista que é a prova viva da existência do fígado autolimpante que o Zé Simão sempre cita.
Argh, Underberg é para coisa para profissionais.
abraço
hahaha, peri, sensacional a 'blog-connection'! ainda mais porque busquei cartuns do jaguar na rede e não achei praticamente nada!!
Neil
os cartuns que fotografo e publico são de minha coleção particular de Jaguares, na rede não tem nada.
Aliás graças a seu post achei hoje aqui na majestosa Biblioteca P.S.C. um livro, de 82 do Círculo do Livro, que eu tinha esquecido que existia, " Pau Puro ", onde além de trocentos cartuns ele relata a viagem que fez a Cuba, convidado como membro de juri de um concurso de humor, imagine as histórias.
Sensacionais: Post e Jaguar
que alívio. tem gente bem pior (melhor) que a gente.
sempre achei o jaguar o máximo, uma das poucas cabeças realmente libertas e destravadas do 'pasquim'. e aproveito pra registrar que teu blogue é mto bom! abração!
ô, peri!! me empresta o pau puro! tô falndo do livro, é claro!
franka, também fiquei com essa mesma sensação ambígua quando comparei essas duas fases do jaguar.
valeuaê alberto! volte sempre!!
Como escreveu o Millor, sobre a bebida ( transcrição de memória ) : " você nunca viu um bando de bêbados de um país querendo invadir outro país "
grande matemático esse cara.
peri: acho que porque fica dificil pular o muro da fronteira e ainda organizar todo mundo pra fazer isso junto.
afogando em numeros, anna.
Neil
O pior é garantir o transporte dos barris de chope e caixas de steinheger até as trincheiras.
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