
Caiu uma tempestade hoje em S.Paulo, na mesma hora em que começava em Assunção a partida entre Paraguai e Brasil, pelas Eliminatórias da Copa 2010. Para muitos que assistiram ao jogo, foi como um prenúncio de que a melhor parte do domingo já se encerrara. A atuação do time brasileiro foi lamentável - mais uma demonstração chocante da incompetência de Dunga como técnico, quase tão ruim quanto o 'mala sem alça' do Parreira. Este teve nas mãos, na última Copa, aquele que poderia ser o melhor time de todos os tempos, mas não soube organizar minimamente a equipe e muito menos teve a capacidade para
bater o pau na mesa e ter uma conversa séria com os jogadores - sem tirar destes, é claro, o seu quinhão de responsabilidade pela campanha pífia e pela revoltante derrota para a França.

Mas ter Dunga como técnico da Seleção Brasileira é uma piada de péssimo gosto. Já não gostava dele como jogador - volante raçudo e que tinha até boa técnica, mas se deixava levar pelo temperamento beligerante ao extremo. Alguém se lembra do Dunga comemorando seus raros gols ou levantando a taça do tetra, nos EUA? Eu não me esqueço: ao receber a taça daquela insípida Copa de 94, foi ele o único capitão na história das Copas que utilizou aquele momento de conquista, não para sorrir ou chorar de alegria; preferiu, com expressão raivosa e assustadora, desferir impropérios e grosserias contra possíveis desafetos. Dunga foi contratado como técnico após o fracasso de 2006 - com certeza, porque algum 'gênio' da CBF (provavelmente, seu presidente), resolveu criar um 'fato midiático', chamando alguém que ninguém esperava e que iria contrapor seu estilo 'aguerrido', 'líder' e 'emocional' (a marca do Dunga-jogador), à impassividade e à 'cara de bunda' do Parreira.
E agora, o que se vê? No jogo de hoje, por exemplo, com o time brasileiro totalmente bagunçado e perdendo por 2x0 com um jogador a mais em campo, Dunga permanecia impassível no banco de reservas, promovendo substituições mas com aquela expressão parva, de quem não tem a mínima idéia do que seria melhor fazer. Pra piorar, Dunga é um desastre nas entrevistas, cria problemas com Kaká - que é mesmo um imbecil, mas que joga pra carái... - e não tem sequer uma palavra positiva pro Ronaldinho Gaúcho.

Este é um caso que merece atenção: todo mundo dizia, com razão, que Ronaldinho era um craque espetacular; mas já faz tempo que ele não joga nada, nem na Seleção e nem no Barcelona. Caiu em desgraça. Pra complicar, teve uma série de contusões e parece que caiu, também, 'na noite'. Mas o cara tem só 28 anos! Vindo de uma família pobre do Rio Grande do Sul, conquistou o Brasil e o mundo com um talento que certamente, não esqueceu. Por isso tudo e pelo ser humano que parece estar numa pior, o técnico da Seleção Brasileira deveria propor o repatriamento de Ronaldinho Gaúcho para que fosse tratado e recuperado, física e psicológicamente, em seu país, bancado pelo poderoso presidente da CBF - que com toda a certeza, já fechou muito contrato milionário com patrocinadores e muitos jogos de 'exibição' no exterior, por conta de Ronaldinho Gaúcho. Mas o Brasil, além de não saber cuidar daquele que está entre seus bens mais preciosos - o futebol -, costuma ainda maltratar e pisar nos conterrâneos que já lhe deram alegrias, mas que cometereram o pecado mortal de ganhar dinheiro e pior, deixar à mostra que são, antes de tudo, humanos como todos nós.