Quase pouco de quase tudo é assim: um pouco mais do que pouco, sobre um pouco menos do que tudo. Sem compromisso nenhum, principalmente comigo mesmo.O que der na veneta e pronto.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Dos vícios e virtudes
O artigo 'As tentações do bem', assinado por Luiz Felipe Pondé na Folha de S.Paulo de hoje, promete provocar muita polêmica. De uma vez só, o cara cutuca com vara curta os ecologistas, os religiosos, os esquerdistas e até os antitabagistas. Corajoso, o sujeito. Alguns trechos:
"são os vícios que nos humanizam, não as virtudes"
"uma ressaca de álcool ou uma ressaca moral cura qualquer vaidade besta"
"achar-se virtuoso é a marca essencial do bom canalha"
"quem se acha agente de pureza tem minha natural antipatia"
"hoje, a falsa virtude se espalha por rostos que exalam o mesmo mau cheiro da mentira moral de muitos dos bispos no passado"
"para muitas viúvas do Che, 'ser verde' é o 'produto utopia' que resta"
"adorar a natureza é coisa de neopagão bobo: câncer é tão natural quanto as foquinhas"
"minha dúvida é a seguinte: qual o motor principal desse ódio aos 'poluidores' da natureza? Não acredito que sejam as coitadas das foquinhas, mas sim a capacidade do ser humano de gostar de odiar outros seres humanos, principalmente se este ódio for justificado por alguma falsa virtude (amor aos animais, ódio aos fumantes, paixão pelas cenouras)"
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21 comentários:
ele foi meu professor de filosofia na FAAP. Acho que o melhor q tive na vida! :)
beijos!!
Oi Neil!
Achei o texto é bom porque vigoroso e extremamente ambíguo, além de atacar uma onda superficial e mtas vezes persecutória do politicamente correto. Mas o próprio cara se coloca como um virtuoso, um politicamente correto às avessas; critica categorias, sendo que seu texto é todo categórico.
Mas não sei se ele se deu conta, enquanto escrevia, desse efeito.
Humanizou-se, esse radical que de cima avalia condutas `boazinhas`.
QUEM NÃO AVALIA, QUEM NÃO JULGA?
Senti falta nessa colocação de um sujeito da análise em fusão com o objeto que critica tão veementemente.
E TENHO DITO!!! Ahahaha
Beijos
Bom feriado!
NEIL
Neil
Uff, estou me sentindo profundamente humanizado, tomando meu usquinho e fumando meu cigarrinho, eh, eh.
Boa dica.
dani: estou longe de concordar com tudo o que o pondé escreve; aliás, discordo na maioria das vezes. mas não dá pra negar que o cara é fera...
tem razão, sibila. é muito difícil escrever coisas assim e ao mesmo tempo, escapar da soberba.
humanizemo-nos todos, peri! liberou geral!!
somos dois, peri's.
Neil:
...E eu só fumo quando bebo...
Günther.
O negócio é que me parece que depois de tantos anos de classificações, tribos, ins and outs, e outras tantas regras de correto e incorreto o que vai vindo de resposta de tudo isso é que o bom mesmo é ser meio bahiano, meio oriental, meio carioca, meio cubano, meio italiano, meio africano, meio francês... o caminho do meio ou quase um pouco de quase tudo! let it be!!!! Pat G.
ótimos trechos . Vou ver se consigo ler o resto.
abç
anna e gunther: welcome to the club!
pat: o melhor mesmo seria se cada um soubesse e se preocupasse apenas em cuidar da sua própria vida, né? mas nós seres humanos, parecemos ainda longe de termos essa capacidade. temos a necessidade de rotularmos, de classificarmos...
Neil, ele é um provocador! metade das coisas que escreve provavelmente nao acredita, mas causa mal estar nas pessoas. Esse era o mote das aulas na facul: obrigar todo mundo a pensar e repensar paradigmas. Ele é tao intragável, que passa ser incrivel, hahaha! bj
Não conheço o Pondé, nunca tive aula com ele, mas pelo que tenho lido dele na Folha, não o deixaria tomando conta das minhas havaianas na praia enquando dou um mergulho...
O cara mandou bem, gostei. De vez em qdo é bom alguém que tire um pesinho das nossas costas. Mesmo que depois quilos sejam jogados lá de novo.
Dani, o problema do intragável é que às vezes não temos paciência de chegar até o incrível.
Bjs
welcome back, pat! é isso: o john lennon tava certo em sua utopia, né? 'imagine there's no countries, no religion, a brotherhood of men, nothing to kill or die for...'
dani, a sua descrição do pondé me lembrou levemente, alguém que encontro todos os dias, qdo acordo e olho no espelho. vixi!
libf: também tenho sérios problemas com a figura.
Neil, para mim, o principal problema do Pondé é algo que grassa no nosso neo-neo-jornalismo: é ralo, com tom de autoridade, moderado, com tom de enfant-terrible.
Libf, eu portaria uma cimitarra para defender as havaianas enquanto vc fosse ao mar. Ai desse Pondé...
Neil, para mim, o principal problema do Pondé é algo que grassa no nosso neo-neo-jornalismo: é ralo, com tom de autoridade, moderado, com tom de enfant-terrible.
Libf, eu portaria uma cimitarra para defender as havaianas enquanto vc fosse ao mar. Ai desse Pondé...
jayme: tb tenho as minhas sérias restrições aos escritos do pondé. mas achei interessante essa tese do 'vício x virtuoso'.
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