terça-feira, 29 de abril de 2008

Maravilha...

A Bossa Nova completa 50 anos neste 2008 e João Gilberto sai da reclusão para uma pequena série de shows, que começa dia 22 de julho no Carnegie Hall de Nova York, passa pelo Auditório Ibirapuera em 14 e 15 de agosto, para depois seguir para o Municipal do Rio, o Teatro Castro Alves em Salvador e se encerrar em novembro, com três apresentações no Japão. Posso estar errado, mas acho que os shows não têm nada a ver com o aniversário da Bossa Nova; pra mim, acabou a grana pra pagar o apart-hotel, a conta deve estar alta no pizza delivery e a verba da marofa, também miou.

Mas não importa: assistir João Gilbero é sempre um privilégio, uma dádiva, uma ocasião especial. Confiram abaixo esse trechinho do show de 92 no Municipal do Rio, que reuniu depois de muito tempo, João e o Maestro Soberano. Não me canso de ouvir, especialmente, o solo de piano do Tom: um exemplo perfeito de simplicidade, de precisão, de elegância.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Espaço dos Sem Blog - 6a. Edição


Alice Silveira, grande amiga, especialista em rolfing e pilates, se apaixonou pelo Oriente. Acabou de voltar de mais uma viagem à região, onde visitou o Cambodja, o Laos, o Vietnã, a Tailândia e a Índia. A foto acima foi feita na cidade de Hoi An, no Cambodja; essa aí debaixo, em Luang Prabang, no Laos.



As três seguintes são de Ayuthaya, na Tailândia





E essa última mostra os incríveis detalhes do telhado de um dos muitos templos de Bangkok, a capital da Tailândia.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Musas de Qualquer Estação


Fanny Marguerite Judite Ardant nasceu na cidade francesa de Samur, em 22 de março de 1949. Formou-se em Ciências Políticas e depois em Artes Dramáticas, estreando no teatro francês em 1974. Mas foi com um papel na série para TV ‘Les Dames de la côte’, que despertou a atenção do genial diretor de cinema François Truffaut, que a chamou para ser a atriz principal do belíssimo ‘A Mulher do Lado’ (1981), contracenando com Gérard Depardieu.

O filme mudou sua vida profissional e pessoal: Fanny Ardant ganhou fama internacional e casou-se com Truffaut em 82; foi também a estrela de seu último filme ('Vivement Diamanche!, de 83) e permaneceu com Truffaut até a sua morte, no ano seguinte. No decorrer dos 80 e 90, Fanny Ardant filmou com Alain Resnais, Costa-Gravas e Ettore Scola, entre outros. Estabeleceu-se como atriz versátil, que trafega com naturalidade entre o drama e a comédia, e tornou-se referência de elegância, talento e fina inteligência em seu país, especialmente após permanecer por longas temporadas como a atriz principal das peças de teatro ‘Master Class’ (onde viveu Maria Callas, com direção de Roman Polanski) e ‘Mademoiselle Chanel’, montada no Brasil por Marília Pêra.

Seu sucesso mais recente foi a comédia de humor negro ‘Oito Mulheres’ (de François Ozon, 2006), que reúne um verdadeiro ‘who’s who’ das atrizes francesas das últimas décadas. Fanny Ardant mora em Paris com suas três filhas, uma de cada casamento. E embora tenha permanecido apenas dois anos com François Truffaut, não cansa de afirmar que foi ele, ‘o homem de sua vida’. Também é muito bom poder afirmar que, aos 59 anos, a beleza fulgurante e desafiadora de Fanny Ardant, permanece.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Passa, Nuvem Negra!

Pra aliviar a barra, raro registro de momento especial da melhor música brasileira. Enjoy!!

A turba do 'pega e lincha'


Não tenho acompanhado, me recuso a ser consumidor desse circo de horrores em torno do caso da menina Isabella; e também não tinha a mínima intenção de falar sobre este assunto aqui no blog. Continuo firme nesse propósito, mas agora deixarei o brilhante Contardo Calligaris falar por mim. Os trechos abaixo foram retirados de sua coluna de hoje, na Folha de S.Paulo. E a foto acima mostra crianças da 'Juventude Ku Kulux Klan'. Existem mesmo muitas formas de violentar as crianças; até mesmo preparando-as para serem as violentadoras de amanhã.

"Em parte, a irritação que sinto ao contemplar a turma do 'pega e lincha' tem a ver com isto: eles se agitam para me levar na dança com eles, e eu não quero ir. As turbas servem sempre para a mesma coisa. Os americanos de pequena classe média que, no Sul dos Estados Unidos, no século 19 e no começo do século 20, saíam para linchar negros procuravam só uma certeza: a de eles mesmos não serem negros, ou seja, a certeza de sua diferença social.

Regra sem exceções conhecidas: a vontade exasperada de afirmar sua diferença é própria de quem se sente ameaçado pela similaridade do outro. No caso, os membros da turba gritam sua indignação porque precisam muito proclamar que aquilo não é com eles. Querem linchar porque é o melhor jeito de esquecer que ontem sacudiram seu bebê para que parasse de chorar, até que ele ficou branco. Ou que, na outra noite, voltaram para casa e não se lembram em quem bateram e quanto.

Nos primeiros cinco dias após o assassinato de Isabella, um adolescente morreu pela quebra de um tuboágua, uma criança de quatro anos foi esmagada por um poste derrubado por um ônibus, uma menina pulou do 4o. andar apavorada pelo pai bêbado, um menino de nove anos foi queimado com um ferro de marcar boi. Sem contar as crianças que morreram de dengue.

A turba do 'pega e lincha' representa, sim, alguma coisa que está em todos nós, mas que não é um anseio de justiça. A própria necessidade enlouquecida de se diferenciar dos assassinos presumidos aponta essa turma como representante legítima da brutalidade com a qual, apesar de estatutos e leis, as crianças podem ser e continuam sendo vítimas dos adultos".

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Musas de Qualquer Estação


Taís Araújo, carioca de 29 anos, 10 novelas, 7 filmes, 1 minissérie e 4 peças de teatro. Foi ela a primeira negra a ter o papel principal em uma telenovela – ‘Xica da Silva’, em 1996. No cinema, o grande mico foi o papel de Elza Soares no constrangedor ‘Garrincha, Estrela Solitária” (dirigido por Milton Alencar em 2003). Certa vez, em uma festa no Rio, tive a oportunidade de conhece-la pessoalmente. Tremi nas bases, fiquei sem folego - ela é mesmo de uma beleza estonteante. Não tenho mais nada a dizer.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Frases do dia

“Romário lança o DVD ‘Romário é Gol’. Mas só anda de BMW, Porsche e Ferrari” – José Simão

“Conversei só com o Rogério... não consegui conversar com todo mundo porque, vocês sabem, tive um problema com o celular” – Fábio Santos, jogador do São Paulo, depois de voltar da suspensão aplicada pelo clube após entrevero em que, entre outras coisas, arremessou o telefone no rosto de um segurança.

“É grande a expectativa nos EUA sobre a gafe que George Bush vai cometer com o Papa hoje na Casa Branca. O presidente prometeu caprichar” – Tutty Vasques, no Estadão de hoje.

“Gostaram do ‘en passant’? Isso é para magoar aqueles que têm preconceito contra mim. Há uma evolução estupenda, gente. Quem falava ‘menas laranja’ e agora fala ‘en passant’... há evolução lingüística extraordinária” – Lula, em discurso ontem em Brasília.

"Fecharemos as fronteiras para a entrada de imigrantes ilegais. Devolveremos os imigrantes extracomunitários. Precisamos de mais polícia nas fronteiras, para constituir um exército do bem nas ruas para se interpor entre o povo italiano e o exército do mal" - Silvio Berlusconi, eleito novamente Premiê da Itália.

“Só pode haver algo de errado em um mundo em que tantos fogem para a esperança, mas encontram apenas o medo” – Clóvis Rossi, na Folha de hoje, comentando a discriminação aos imigrantes em Roma.

“A terra do Dalai Lama é uma entidade mítica sobre a qual projetamos nossos sonhos e a espiritualidade hedonista new age propagada no mundo pelo carismático monge. Nossa preocupação não é propriamente com o Tibete, mas conosco mesmo. No fundo, queremos que os tibetanos sejam espirituais por nós, para continuarmos nosso desvairado jogo consumista” – Slavo Zizek, filósofo esloveno.

“O consumismo é a cleptomania legalizada” – Marcelo Coelho, na Folha de hoje.

“A perfeição não existe, mas a imperfeição me incomoda muito” – João Gilberto

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Figuraça da Semana



Soube hoje que as salas que exibem o filme estão longe da lotação completa. Assim, o lance é assistir logo, em um cinema com boa projeção e ótimo som (não é tão fácil achar...), ao documentário 'Shine a Light', que o Martin Scorsese fez sobre os Rolling Stones - antes que seja substituído pelo mais recente blockbuster do cinemão americano.

Parece que a banda de rock mais longeva (uia!) do mundo só vai mesmo acabar quando um dos quatro (Jagger, Richards, Watts e Wood) morrer. E isso, apesar do Mick ter declarado há mais de trinta anos, que 'não se via sessentão, cantando Satisfaction'. Mas os caras continuam gravando discos pra lá de razoáveis, os shows são sempre competentes e a grana entra aos borbotões (uia de novo!).

E também saiu há pouco o livro “Sexo, drogas e Rolling Stones - Histórias da Banda Que Se Recusa a Morrer”, escrito por José Emílio Rondeau e Nélio Rodrigues. Não conheço o Nélio, mas o Rondeau é um dos poucos jornalistas brasileiros que escreve sobre música, que eu respeito.

E ainda: o Keith Richards, para muitos (e muitas...), a verdadeira explicação para a incrivel sobrevida do ícone Stones, continua um grande guitarrista de rock; além disso, a idade avançada parece ter aperfeiçoado o seu talento como frasista. Depois da impagável declaração 'Cheirei meu pai', depois desmentida, agora ele se saiu com essa: 'Nunca tive problemas com as drogas; só com a polícia'.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Musas de Qualquer Estação

Pai argelino, mãe alemã. A mistura teuto-africana deu nessa beldade que é Isabelle Adjani, parisiense nascida em 27 de junho de 1955. Com doze anos, já fazia parte de um grupo de teatro amador e com 14, apareceu em seu primeiro filme. A consagração veio cedo: com apenas 20 anos, Isabelle arrasou no papel-título de ‘A História de Adéle H.’, belíssima biografia da sofrida filha do escritor Victor Hugo, dirigida por François Truffaut. No ano seguinte, 1976, mais um grande filme: o aterrorizante ‘Inquilino’, de Roman Polanski.

O talento e talvez a singular expressão de melancolia e desamparo, atraíram para Isabelle Adjani a atenção – e os convites – de muitos diretores consagrados. Além de Truffaut e Polanski, ela foi musa & atriz principal de Werner Herzog (em ‘Nosferatu’, de 1979), James Ivory (‘O Quarteto’, de 81), Carlos Saura (‘Antonieta’, em 83) e Luc Besson (‘Subway’, de 85). Em 1989, co-produziu e estrelou ‘Camille Claudel’, a trágica história da mulher de Auguste Rodin. Isabelle Adjani foi a única atriz francesa a conseguir quatro prêmios César, considerado o mais importante do cinema francês – o último deles em 94, pelo papel-título em ‘A Rainha Margot’, de Patrice Chéreau.

Isabelle tem três filhos: dois com Bruno Nuytten - o diretor de ‘Camille Claudel’ – e um com Daniel Day-Lewis, com quem formou até 1995 uma espécie de ‘casal ideal’ do cinema europeu, até tudo acabar em baixaria, com roupa suja lavada em público. Desde então, Isabelle parece ter optado por uma vida mais caseira e ‘família’. A carreira como atriz continua, mas seus filmes mais recentes não têm alcançado o mercado internacional, já que ela optou por trabalhar com diretores do cinema independente francês. E ao que consta, com quase 53 anos de idade, Isabelle Adjani continua linda.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Quem é Rei...


Depois de trabalhar no meio, em funções diversas, e depois de anos e anos como ‘ouvinte’ e ‘consumidor’ de música, o prazer da audição, da descoberta e das memórias embaladas por determinadas composições, interpretações e artistas, persiste. Mas restam poucos, muito poucos artistas que eu considere ídolos. E mesmo assim, é bom fazer uma ressalva: o termo ‘ídolo’ traz uma conotação religiosa (para o bem e para o mal) que não tem nada a ver com o que tratamos aqui... Bem, mas mesmo assim, um desses ídolos que permanece é o inglês Steve Winwood – compositor, multi-instrumentista e cantor excepcional.
Winwood começou garoto ainda, no lendário Spencer Davis Group; foi o responsável pelo fantástico órgão Hammond do LP ‘Electric Ladyland’, de Jimi Hendrix, formou uma das melhores bandas de todos os tempos, o Traffic, e segue em carreira-solo um tanto irregular, mas sempre com aquela centelha da genialidade e da originalidade. Seu último CD, ‘About Time’ (que já tem uns três anos), é muito bom.

Por incrível que pareça, Steve fez um show (um só) no antigo Palace, em São Paulo, já deve fazer quase dez anos. E era uma terça-feira, não houve divulgação nenhuma, foi tudo muito estranho... mas eu soube em cima da hora e fui. Com apenas meia-casa, tive a chance de ficar bem na frente do palco e saí embevecido com o que vi e ouvi. E outro dia, resolvi pesquisar na Internet, se o cara estava lançando alguma coisa e vi que ele estava fazendo uma turnê nos EUA ao lado de Eric Clapton!! Os dois já haviam se juntado no passado remoto, na super-banda Blind Faith, que durou apenas um ano e lançou um único disco. Achei esse vídeo abaixo, onde eles mostram a canção ‘Can’t Find My Way Home’, linda balada que estava no tal disco único do Blind Faith e foi, vejam só, gravada por Gilberto Gil no disco que fez em Londres, na época do exílio. Deleitem-se!!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Espaço dos Sem Blog - 5a. Edição

Pela primeira vez, o Espaço dos Sem Blog repete um colaborador. Trata-se de Gabriel Rocha Gaspar, que depois das ilustrações, agora comparece com um texto. A repetição se justifica pela oportunidade da data (os 80 anos de 'Jazz Singer') e pela qualidade, excelência e importância do texto. Enjoy!






Tristemente atual, 'Jazz Singer' completa 80 anos

“Esse moleque vai mesmo comentar um filme que tem oitenta anos, em dez parágrafos??” Putz... Vou. E vou cair em vários anacronismos... Mas vamos que vamos que o som não pode parar. “Jazz Singer” poderia não passar de um filme datado, encerrado nas possibilidades técnicas de seu tempo. Teria sido bem feito pelo simples fato de ser um dos primeiros filmes com passagens faladas de que se tem registro. Mas ele traz um elemento ideológico que bloqueia uma análise tão pragmática.
Havia um constrangimento – quando não proibição explícita – em colocar negros diante das câmeras. Aqui no Brasil, um exemplo recorrente é a “Cabana do Pai Tomás”, novela da TV Globo protagonizada pelo ator Sérgio Cardoso. O fato de Cardoso não ser negro só não era mais ridículo do que sua cara pintada de preto que, junto com a peruca de carapinha e o batom vermelho bombeiro, o transformava em uma caricatura de africano.
Na época, o autor teatral Plínio Marcos caiu de pau em cima da novela, dizendo que havia se perdido uma grande oportunidade de colocar um negro nas telas, em um papel de destaque. Para ele, Milton Gonçalves era o homem. A direção da produção argumentou que não havia sequer se preocupado com isso; que esse negócio de levar tudo para o lado racial era coisa de americano; que o Brasil não tinha disso. Gilberto Freyre já dizia...
A argumentação era, no mínimo, curiosa, já que essa história de branco com cara pintada de preto era importada – assim como a própria história do Pai Tomás – dos Estados Unidos. Por lá, black face era uma tradição que vinha desde os tempos da escravidão, dos shows de menestrel. Entre piadas, cantorias e sapateado, brincava-se com fatos corriqueiros da época, como niggers fujões, massas (senhores de escravos) enfurecidos de espingarda em riste, niggers roubando galinhas e melancias, niggers transando com seus próprios parentes, niggers falando inglês tudo errado. Enfim, era um show de entretenimento para toda a família.
Com o fim da Guerra da Secessão e a conseqüente criminalização da escravidão negra, este tipo de entretenimento tão americano ganhou força, principalmente nos estados do Sul, onde abolicionista era enforcado, sob gritos furiosos de “nigger lover”. A black face ficou estigmatizada entre os negros como uma memória deste tempo na América em que eles eram considerados ¼ de um ser humano. E isso estava na Constituição.
Nem por isso, essa máscara bizarra deixou de existir. Em “Jazz Singer”, o filho de um cantor judeu ortodoxo do Brooklyn abandona a tradição para dedicar-se ao jazz. O pai não aceita aquela música “profana” e expulsa o garoto de casa. Anos depois, ele volta a Nova York para se apresentar em um grande show de variedades na Broadway. Em uma das cenas mais marcantes, sua mãe vai ao teatro no dia do último ensaio e o flagra com a cara pintada de preto e peruca de carapinha. Diante do olhar embasbacado da velha – não basta cantar jazz, ainda tem que virar negrão!? –, o jovem toma consciência, abandona essa besteira toda de show business e vai cantar na sinagoga, realizando o sonho de seu pai moribundo.
Em 2001, Spike Lee discutiu a questão das black faces em seu filme “A hora do show”. Nele, um produtor de televisão afro-americano cria um show de menestrel para deflagrar o preconceito de seu chefe, famoso por boicotar sitcoms para a classe média negra. O tiro sai pela culatra: o programa racista é aprovado em todas as instâncias da emissora e acaba por tornar-se um sucesso, inclusive de público. Lee mostra uma sociedade americana que, entre todas as suas contradições, é saudosista da escravidão.
Quando sai do plano da ficção, a coisa fica chocante. “A hora do show” termina com uma edição de programas de TV, filmes, shows, espetáculos do século XX, ao som de um instrumental triste e lento de Stevie Wonder. É fácil identificar desenhos da Disney que passam ainda hoje na televisão, exibindo pretos como selvagens, dançando ao redor de um caldeirão onde cozinham um explorador branco. Ou filmes em que mulheres são perseguidas por black faces. Shows em que pretos aparecem em trajes de galinha. Não por acaso, uma das últimas cenas desta seqüência é o “Jazz Singer” cantando de cara pintada.
Quer dizer, Spike Lee mostra que o viés desta análise não chega a ser tão anacrônico. O tipo de racismo que se observa no filme de Alan Crosland permeou o século XX e não está recuando. A sociedade americana vive em tensão porque se divide entre vítimas e nostálgicos da escravidão. E quando pára para olhar para fora, destrincha seu racismo para além das fronteiras. Se não é o nigger, que seja o cucaracha, o terrorista árabe, o skinny somali.
Quando sobra um tempo, a saudade da escravidão volta à tona. No finzinho de 2007, seis negros de Jena, Louisiana, foram condenados por tentativa de homicídio depois de agredirem um branco. O que o branco fez para merecer as pancadas? Uma “molecagem”, segundo definição do juiz que julgou o caso: amarrou seis cordas em forma de forca em uma árvore sob a qual os negros haviam sentado na véspera. Querem cenas do próximo capítulo? Pode deixar que o Obama deve estar quebrando o coco pra tentar escrevê-las. Quem sabe ele não dá um sentido positivo à expressão black face?




sexta-feira, 4 de abril de 2008

Musas de Qualquer Estação

A filha do loucaço e grande ator Klaus Kinski, Nastassja Aglaia Nakszynski (que nome...) nasceu em Berlim em 24 de janeiro de 1961. Quando tinha dez anos, o casamento dos pais acabou e a menina foi morar com a mãe em uma comunidade hippie de Munique. E com apenas 14 anos, Nastassja estreou no cinema, em um pequeno papel no filme ‘The Wrong Move’, de Wim Wenders.

Dois anos depois, começou um romance com Roman Polanski (eita, que esse sempre foi chegado em menininhas...), que a convenceu a ir para os EUA, estudar interpretação com o famoso Lee Strasberg. Em 1978, quando voltou à Alemanha para visitar a mãe, passou cinco dias presa por conta de processos anteriores de roubos em lojas. Apenas um ano depois, estourou no mundo inteiro com o papel-título de ‘Tess’, de Polanski.


Sensualíssima nos belos ‘One From the Heart’ (de Francis Ford Coppola) e ‘Cat People’ (de Paul Schrader), ambos de 1982, Nastassja sempre enfrentou problemas para destacar o seu talento de atriz, para acima de sua inegável beleza. Mas se o público e a mídia tinham essa dificuldade, os grandes diretores certamente não. Além dos já citados, Nastassja filmou com Jean-Jacques Beineix (‘A Lua na Sarjeta’, 1983), Andrei Konchalovsky (‘Maria's lovers’, 1984), e mais uma vez, Wim Wenders, no excepcional ‘Paris, Texas’, também de 84.

Nastassja casou-se duas vezes e tem três filhos; o mais novo, fruto de sua união de cinco anos com o produtor e arranjador musical Quincy Jones. A relação com o pai, que nunca foi fácil, deteriorou-se de vez em 1989, quando ele lançou a autobiografia ‘Kinski Uncut’, na qual insinua que teve uma relação incestuosa com a filha. Nastassja negou que isso tivesse acontecido e nunca mais falou com ele e nem compareceu a seu enterro, em 1991. Na época, disse em entrevista que havia pensado no pai, ‘talvez um minuto; não, trinta segundos’.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Quanta sujeira...



Olha, eu tenho evitado (juro!) falar de política aqui nesse blog, mas essa história do tal 'dossiê', supostamente montado pela Casa Civil, segundo a Veja (eca!), tava me dando coceira nos dedos... tudo é muito estranho nessa história, que surgiu 'coincidentemente' quando o Lula dá mostras de que escolherá a Dilma para ser a sua candidata à sucessão. Bem, mas agora acabei de ver o texto abaixo, postado no blog 'Os Amigos do presidente Lula' (http://www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com/) e aí não deu pra segurar. Eu sei, é evidente que o blog é de petistas e traz muitos posts de uma virulência despropositada, mas no caso em questão e pela gravidade da acusação - sustentada por PROVAS -, me senti na obrigação de reproduzir aqui. E peço: cassação para esse abjeto Artur Virgílio, DJÁ!!!


Os partidos de oposição acusam a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, de crime de responsabilidade quebra de sigilo. No entanto, quem quebrou o sigilo do cartão corporativo de Fernando Henrique, foi o senador tucano Arthur Virgilio. Em, 26 de abril de 2005, o senador Arthur Virgilio, requereu todas as informações sobre a utilização de cartões corporativos no período entre 1995 e 2002, ao Ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República .
No requerimento, SF RQS 00429 / 2005 de 26/04/2005o,(
veja em arquivo pdf) , o senador Arthur Virgilio (PSDB) e o senador Álvaro dias (PSDB) pediram informações (quebra de sigilo) sobre, o uso de cartão corporativo do, Executivo, Ministros, Casa Civil e Prêsidencia da República. No período entre 1995 e 2002, Fernando Henrique Cardoso, ocupava a presidência.O pedido de quebra de sigilo dos gastos com cartão corporativo, do e-x presidente Fernando Henrique Cardoso, feito pelo senador Arthur Virgilio, está publicado aqui na página do senado Está ai a prova concreta que, o PSDB tem em seu poder toda a documentação dos tempos em que Fernando Henrique esteve na presidência, o que prova também, que foi o PSDB, que forneceu as informações para a revista Veja.