terça-feira, 27 de novembro de 2007

O Pai, o Peixe Vivo e o Peixe Grande



Na foto, entrevistando JK, quando este tomava posse na Presidência, o meu pai, Carlos Gaspar. Ele era jornalista. Dos bons. Dos melhores.

Foi locutor de rádio, repórter da Revista O Cruzeiro em sua fase áurea, trabalhou nos Diários Associados com o Assis Chateaubriand, lançou em Belo Horizonte (TV Itacolomi) o programa ‘Esta É a Sua Vida’, produziu, dirigiu e apresentou a primeira série filmada da TV brasileira (‘A Grande Jornada’), fez parte da primeira equipe da TV Cultura de São Paulo, e muito muito mais...

Mas acima de tudo, ele era um excelente contador de histórias, de ‘causos’ e de piadas, verídicas ou não - até hoje não sei ao certo.

Não por acaso, já assisti cinco vezes ao filme ‘Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas’, dirigido por Tim Burton e com o excelente trio formado por Albert Finney, Jessica Lange e Ewan McGregor encabeçando o elenco. É um dos melhores filmes já feitos por Burton – sem dúvida alguma, um cineasta original, muito especial.

27 comentários:

jayme disse...

Sem saber, esses contadores de histórias marcam a vida da gente para sempre e ajudam a dar forma a nossa personalidade. Gaspar senior devia ser um cara muito especial, a tomar pelos rebentos que produziu.

Neil Son disse...

é verdade, jayme. e você reparou no topete + bigodinho anos 50 e nos óculos escuros no bolso do paletó? o cara tinha estilo, hehe...

Anônimo disse...

dimais.
topetudo, né?
e do outro lado, quem tá?
o bussunda?

Anônimo disse...

franka, acho que é o bussunda senior, o pai...

Anônimo disse...

Um homem elegante, impecável. Além do óculos, há o detalhe do lenço pra segurar o microfone.

Anônimo disse...

Por um acaso era teu pai que tinha um programa onde eram apresentados documentários sobre o Barail,Se não me engano na Tv Cultura, patrocinados pela Vasp ?

Silvia disse...

é mesmo! tem um lenço! neil, você sabe por que disso? será que esquentava?

muito bacana o seu pai!

e muito satisfeito o jk com seu poder e suas orelhas brancas!

anna disse...

eu passei muito tempo
aprendendo a beijar
outros homens
como beijo meu pai.

adoro esse verso.
principalmente cantado e escrito por um homem.

Anônimo disse...

bem observado, pecus! qual seria exatamete a função do lenço no microfone? algum palpite?

Anônimo disse...

peri: o programa a que vc se refere é A Grande Jornada e passava na TV Tupi. depois, ele fez 'Brasil Esse Desconhecido' na Cultura, atá ficar puto e desiludido ao ver o Amaral Neto - a quem ele chamava de Amoral Nato - roubar a idéia, desvirtua-la e ainda coloca-la a serviço do governo militar.

Anônimo disse...

'as orelhas brancas de JK'... belo título para um romance de mistério, bê!

Anônimo disse...

bela lembrança, anna! sei que o pai do gil ficou puto com esse verso - ficou anos sem falar com o filho e só se reconciliou com ele em seu leito de morte. naquela hora, talvez tenha sacado que a gente tende a se melindrar e a se apegar a coisas menores, deixando-as se sobrepor a sentimentos maiores e verdadeiramente importantes.

Anônimo disse...

Neil
A memória ainda funciona. Assisti muito estes programas, heróicos pela precariedade de produção para conseguir chegar naqueles interessantíssimos confins aonde iam.
E o Amoral ( Imoral) Nato era um asqueroso capachão, como tantos outros, dos poderosos da época.

Anônimo disse...

legal saber que vc se lembra disso peri! cheguei a viajar com ele por algumas vezes a esses tais 'confins'. era essa a equipe: ele (produtor, pesquisador, diretor e apresentador) e o dilson (cinegrafista, iluminador, tecnico de som e motorista).

GUGA ALAYON disse...

Para aparar os perdigotos do "50 em 5"

Anônimo disse...

ah meu avô, meu avô... saudades, muuuitas daquelas tardes que eu passava sentada em seu colo ouvindo histórias de cupins nos livros antigos. peixe grande e suas histórias maravilhosas.
vem cá kidiboidiboidinha.

Anônimo disse...

Infelizmente vivi muito pouco perto do vovô.
Gostaria de ter ouvido mais de suas histórias. Queria ter aprendido a jogar xadrez com ele.

Mas o mundo é extremamente injusto. Nunca esqueço de quando ele morreu, o Gá, ainda criança, comentou que não era justo uma pessoa como ele morrer.

Não, não é justo. Não é justo a imprensa brasileira perder um grande nome, ainda mais quando estes estão cada vez mais escassos. Não é justo sua neta mais velha ter estado tão pouco com ele.

Ps: Nunca assisti "Big Fish", mas tá na lista das prioridades para as férias.

Patty Diphusa disse...

Que tudo a história do seu pai, Neil. E dá para entender a quem vc puxou quando conta, ou escreve, sobre seus "causos". Sobre o Big Fish é lindo mesmo, muito sacado. E eu me derreto toda na hora dos créditos, quando o Eddie Vedder começa a cantar Man of the hour, a música que ele fez para esse filme. É demais. Bjs.

Anônimo disse...

hahaha, guga, matou a charada!!!

Anônimo disse...

luisa e ana clara: o avô tá vivo dentro de vocês - e muito feliz pelas netas que têm, tenho certeza.

Anônimo disse...

obrigado pelas palavras, patty. e vindo de uma escriba de 'mão cheia', como vc, uau... melhor ainda!

Anônimo disse...

Meu avô, além da saudade imensa, é claro, me causa uma nostalgia de um tempo que eu não vivi. Um tempo em que repórteres eram intelectuais, contadores de histórias, a quem os faros ético e investigativo eram de suma importância. Um tempo em que as redações não eram imensos espaços silenciosos em que se reproduz inconteste o pensamento dos patrões. Um tempo de liberdade, autonomia e pé no chão. Mesmo que fosse chão de terra. Pra mim, meu avô era tudo isso. E muito mais. Foi o cara que me ensinou a ser um radical, no sentido etimológico da palavra. Me ensinou que para ser um comunicador, você deve ser um conhecedor. Me ensinou a viver a vida a fundo, sem deixar as coisas passarem batido. Por isso que, até hoje, sinto que ele me espia lá de cima, dá um tapinha nas costas e fala: "muito bem, kidiboidiboid".

liquidificador disse...

se você ainda fizesse o post da gostosa de sexta elas iam fazer um sanduíche no teu pai. hihi
bj

liquidificador disse...

ai, que ridículo. algum pau no meu computador e só hoje vi apareceram as postagens posteriores a essa, acredita? mico, mico total.

Anônimo disse...

vivas pelo seu comentário,pelo nosso pai!

Vania disse...

Quanta saudade do Carlos Gaspar! Eu era menina quando assistia ao programa"Esta é a sua vida".Sempre que vejo na tv o repórter Alberto Gaspar, me vem à cabeça o outro Gaspar. Há algum parentesco?

Anderson Leno Fernandes disse...

Olá Neil, essa série de programas que seu pai fez, diga-se de passagem, com muita maestria, chamado a grande jornada, você tem idéia de como conseguir alguma cópia devidamente autorizada para fins educacionais? Um dos filmes chama-se "Trem das Selvas" filmado em Rondônia, fala da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, uma lendária ferrovia conhecida mundialmente, penso que você deve ter visto ou ouvido algo a respeito. Como Rondoniense, não pude viver a ferrovia, não tive este prazer, mas seu pai teve a oportunidade não só de conhecer mas de registrar e documentar. Caso haja uma resposta mesmo que negativa, já agradeço por antecedência. Um grande abraço