
Logo no começo da carreira, por sua participação destacada em vários filmes cult, ela já se estabelecia como a queridinha dos mais antenados. Foi sem dúvida uma ascensão meteórica, a da atriz Winona Ryder - pelo cuidado na escolha de papéis sempre interessantes e/ou densos, que equilibravam seu jeito de linda menina aparentemente indefesa, com interpretações consistentes em adaptações literárias de prestígio ou em temas à margem do rame-rame convencional do cinemão americano. Seu maior desafio, entretanto, se dá mais recentemente, a partir dos trinta anos, quando Winona tenta desesperadamente recuperar a imagem arranhada pelo estardalhaço causado pelo caso do roubo (cleptomania?) e de confusões com drogas (lícitas? ilícitas?), ao mesmo tempo em que procura se estabelecer como atriz adulta e séria.
Com apenas 15 anos, chamou a atenção do diretor David Seltzer, que a escalou ao lado de Charlie Sheen em ‘Lucas’, um filme ‘esquisitão’. Quando perguntada sobre que nome gostaria que aparecesse nos créditos , Winona ‘deu-se’ o sobrenome Ryder – em homenagem à obscura banda de rock Mitch Ryder & The Detroit Wheels, uma das favoritas de seu pai. Logo depois, outra participação em outro filme fora dos padrões, como a garota sensitiva que namora com um retardado mental interpretado por Rob Lowe em ‘Square Dance’. E daí, o estouro, como a garota dark e super-interessante do ótimo ‘Beetlejuice’, de Tim Burton (em 1988). Mas enquanto o filme catapultou seu diretor para as grandes produções, Winona permaneceu no território das produções cult e independentes. Seu próximo filme foi ao lado de Kiefer Sutherland e Robert Downwy Jr. - um trio de jovens desajustados em ‘1969’. E em seguida, o ousado papel de namorada inconseqüente do serial killer psicopata vivido por Christian Slater no perturbador ‘Heathers’, de 1989.
Sequência gloriosa: a noiva adolescente de Jerry lee Lewis em ‘Great Balls Of Fire’ (1989), a filha adolescente de Cher no delicioso ‘Minha Mãe É Uma Sereia’, apaixonada por Johnny Depp, na tela e na vida real, em ‘Edward Mãos de Tesoura’ (de novo, Tim Burton, 1990), a atormentada ‘isca’ do suntuoso ‘Drácula’, de Coppola (1992), a menina-mulher de Day-Lewis no soberbo ‘A Era da Inocência’ (de Scorsese, 1993). Em 1997, Winona fez ‘Alien 4’ ao lado de Sigourney Waever – talvez tenha sido alguma maldição do ‘bicho feio’, mas a partir dali, as coisas começaram a dar errado para a moça. Nas filmagens, sofreu um acidente e machucou a coluna vertebral – sentia dores terríveis e se entupia de analgésicos. Em agosto de 2001, foi internada em Londres. Diagnóstico: escoliose cervical. Na saída do hospital, tropeçou e quebrou o braço. Passou a tratar-se com um certo Dr.Jules Lusman, investigado desde 97 por suspeita de exagero em receitas e prescrições, mas que talvez exatamente por isso, virou queridinho das estrelas de Hollywood. Em dezembro, Winona foi presa na loja Saks, na Quinta Avenida de Nova York, com uma sacola cheia de itens roubados. Na bolsa da atriz, Demerol, Endocet, Vicodin e Vicoprofen, sem as receitas correspondentes. Escândalo, processo, condenação. Depois, a revelação de que Winona Ryder havia, de janeiro de 96 a dezembro de 98, se consultado com 20 médicos diferentes, dos quais conseguira 37 receitas diferentes. Condenada a três anos de prisão, Winona foi solta por bom comportamento após um ano. Mas foi presa novamente uma semana depois, por ter feito gozação da sua própria situação no ‘Saturday Night Live’. Na saída da delegacia, o assédio da imprensa foi feroz, um detetive a empurrou pra tirá-la de cena, a moça escorregou e quebrou, de novo, o mesmo braço.
Ultimamente, Winona Ryder tem feito alguns filmes, como 'A Scanner Darkly' (2006), ‘The Ten’ e ‘Sex and Death 101’, ambos de 2007. Não chegam perto de um 'Drácula' ou de 'Era da Inocência', mas também não a comprometem. Tomara que ela dê a volta por cima. Se não conseguir, ao menos a aposentadoria já estará garantida: com uma história como a dela e vivendo nos EUA, basta vender os direitos para a filmagem de sua própria vida...
10 comentários:
Garota interrompida.
Tomara mesmo que ela dê a volta por cima!
tão pequeninha e com uma ficha corrida de vida tão grande,não?
competente ao máximo.
Que história! Já dá uns quatro filmes.
quero distância. ahahaha
A bela é uma fera.
interrompida e intra-rompida, mj.
competente nas telas, anna: mas aparentemente, incompetente fora delas...
quem seria o diretor ideal pra um filme sobre a vida dela, jayme? e a atriz pra interpreta-la?
chave de cadeia, guga!!
e domar essa fera não deve ser tarefa pra qualquer um, peri.
Postar um comentário